sábado, 10 de julho de 2010
Com estilos de jogo parecidos, Holanda e Espanha decidem no domingo quem deixará de carregar o peso de ser a "melhor seleção sem título mundial"
Sepp Herberger, técnico da Alemanha no primeiro título mundial do país, na Copa do Mundo de 1954, imortalizou uma definição simples sobre o futebol. Segundo ele, “é o esporte em que você tem que impor seu estilo”. E em 2010, Holanda e Espanha, as duas seleções que melhor aplicaram a lição de Herberger, farão uma final inédita de Copa do Mundo.
A Espanha deu uma prova perfeita de como consegue impor seu esquema na semifinal desta quarta-feira (7), no estádio Moses Mabhida, em Durban, onde bateu a Alemanha por 1 a 0. Desde o primeiro minuto de jogo, a Espanha teve grande precisão no passe (81% de acerto), encurralou a Alemanha e evitou que a adversária usasse aquela que se provou sua melhor arma na Copa da África do Sul – o contra-ataque.
Contra a Inglaterra e a Argentina, a Alemanha teve bons inícios, no qual conseguiu marcar. As duas adversárias, então, viraram alvos fáceis para o grande time formado por Joachim Low. Contra a Espanha, a Alemanha das fases anteriores não existiu. O time treinado por Vicente del Bosque criou inúmeras chances (foram 13 chutes a gol, contra cinco dos alemães) e pouco foi ameaçado. Curiosamente, o gol, marcado por Carles Puyol, aos 29 do segundo tempo, saiu em uma jogada que teoricamente favoreceria os altos alemães, em um escanteio.
Esta Espanha, que não mudou seu estilo quando perdeu (para a Suíça), quando estava pressionada (contra Honduras e Chile) ou no mata-mata (contra Portugal, Paraguai e Alemanha), vai encarar em sua primeira final de Copa do Mundo uma seleção muito parecida: a Holanda, que também nunca venceu o torneio, e que até aqui impôs seu jogo, cadenciado como o da Espanha, a todos seus rivais.
Sob o comando de Bert van Marwijk, a Holanda se tornou pragmática. O time não brilha como equipes do passado, mas ganha suas partidas quase sempre com tranquilidade, apostando nos talentos individuais de Arjen Robben e Wesley Sneijder. O único aperto veio diante do Brasil, nas quartas de final, quando a virada se deu a partir de uma falha de Felipe Melo e Julio César que gerou o gol de empate. Enfrentando um Brasil descontrolado, a Holanda mostrou calma para virar o jogo diante dos pentacampeões. Uma calma semelhante à que a Espanha teve durante o confronto com a Alemanha.
No domingo, às 15h30, no estádio Soccer City, em Johannesburgo, todos os elogios serão colocados à prova. Os dois melhores times da Copa do Mundo carregam o peso de serem “as melhores seleções sem um título mundial” e uma delas deixará isso para trás na África do Sul. E é muito provável que a vencedora será aquela que conseguir, pela sétima partida consecutiva, aplicar a lição de Herberger.
Fonte: http://www.revistaepoca.globo.com
Uma final para a história
Com estilos de jogo parecidos, Holanda e Espanha decidem no domingo quem deixará de carregar o peso de ser a "melhor seleção sem título mundial"
Sepp Herberger, técnico da Alemanha no primeiro título mundial do país, na Copa do Mundo de 1954, imortalizou uma definição simples sobre o futebol. Segundo ele, “é o esporte em que você tem que impor seu estilo”. E em 2010, Holanda e Espanha, as duas seleções que melhor aplicaram a lição de Herberger, farão uma final inédita de Copa do Mundo.
A Espanha deu uma prova perfeita de como consegue impor seu esquema na semifinal desta quarta-feira (7), no estádio Moses Mabhida, em Durban, onde bateu a Alemanha por 1 a 0. Desde o primeiro minuto de jogo, a Espanha teve grande precisão no passe (81% de acerto), encurralou a Alemanha e evitou que a adversária usasse aquela que se provou sua melhor arma na Copa da África do Sul – o contra-ataque.
Contra a Inglaterra e a Argentina, a Alemanha teve bons inícios, no qual conseguiu marcar. As duas adversárias, então, viraram alvos fáceis para o grande time formado por Joachim Low. Contra a Espanha, a Alemanha das fases anteriores não existiu. O time treinado por Vicente del Bosque criou inúmeras chances (foram 13 chutes a gol, contra cinco dos alemães) e pouco foi ameaçado. Curiosamente, o gol, marcado por Carles Puyol, aos 29 do segundo tempo, saiu em uma jogada que teoricamente favoreceria os altos alemães, em um escanteio.
Esta Espanha, que não mudou seu estilo quando perdeu (para a Suíça), quando estava pressionada (contra Honduras e Chile) ou no mata-mata (contra Portugal, Paraguai e Alemanha), vai encarar em sua primeira final de Copa do Mundo uma seleção muito parecida: a Holanda, que também nunca venceu o torneio, e que até aqui impôs seu jogo, cadenciado como o da Espanha, a todos seus rivais.
Sob o comando de Bert van Marwijk, a Holanda se tornou pragmática. O time não brilha como equipes do passado, mas ganha suas partidas quase sempre com tranquilidade, apostando nos talentos individuais de Arjen Robben e Wesley Sneijder. O único aperto veio diante do Brasil, nas quartas de final, quando a virada se deu a partir de uma falha de Felipe Melo e Julio César que gerou o gol de empate. Enfrentando um Brasil descontrolado, a Holanda mostrou calma para virar o jogo diante dos pentacampeões. Uma calma semelhante à que a Espanha teve durante o confronto com a Alemanha.
No domingo, às 15h30, no estádio Soccer City, em Johannesburgo, todos os elogios serão colocados à prova. Os dois melhores times da Copa do Mundo carregam o peso de serem “as melhores seleções sem um título mundial” e uma delas deixará isso para trás na África do Sul. E é muito provável que a vencedora será aquela que conseguir, pela sétima partida consecutiva, aplicar a lição de Herberger.
Fonte: http://www.revistaepoca.globo.com
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