As constantes especulações sobre a Reforma Política têm mexido com a cabeça dos vereadores dos 184 municípios pernambucanos. Pontos como o fim das coligações - aprovado recentemente na comissão do Senado Federal - e o voto em lista fazem parte das preocupações dos representantes do povo. Embora o número de assentos nas câmaras municipais aumente em boa parte das cidades, a formação das chapas dependerá de quais matérias serão aprovadas pelo Congresso Nacional até o final de setembro, prazo limite para que uma lei vigore na eleição de 2012.
De acordo com o presidente da União de Vereadores de Pernambuco (UVP), Biu Farias (PSB), existe uma preocupação da classe sobre a maneira como vem sendo conduzida a Reforma Política. “A reforma tem que ser feita como foi a lei da Ficha Limpa, ou seja, de baixo para cima, saindo dos movimentos sociais, do povo, até chegar ao Congresso Nacional. E não o contrário. Afinal, o vereador é o político mais próximo do povo. Nós temos que ser ouvidos. Vamos percorrer este Brasil para debater e levar grandes propostas para que o País melhore seus representantes”, disse o socialista.
Na análise do vereador de Salgueiro, Antônio Pires (DEM), a formação de chapas vem sendo adiada em função das discussões em Brasília. O democrata é defensor de uma revisão na parte das coligações. “Para ser prefeito, senador, governador ou presidente, você tem que ter pelo menos um voto a mais que os outros candidatos. Por que não é assim também para deputado e vereador também não é assim? Fui o terceiro vereador mais votado da minha cidade, e quase não me elegi, porque candidatos do prefeito foram puxados pela coligação. É preciso olhar esses aspectos”, sugeriu Pires.
Para o vereador de Serra Talhada e vice-presidente estadual do PTC, Antônio Rodrigues, a eleição para vereador no Interior é uma questão “muito delicada”. “Em Serra Talhada, somos dez vereadores de oito partidos diferentes. Poucos partidos atingem o coeficiente eleitoral, principalmente no Interior, onde isso não funciona. Talvez o voto em lista ajude, mas nesse caso só quem chegaria a se eleger seria aquele que tem dinheiro. O fim das coligações vai complicar”, observou Rodrigues.
Outro preocupado é o Sargento Alberes (PSDB), vereador de Camaragibe, que gostaria de um prazo maior para a discussão. “Acho que o sistema eleitoral deveria continuar como está, com as coligações e sem o distritão, o chamado voto da verdade. A gente tem convidado a população a discutir o assunto, mas ela não têm dado ênfase ao debate, infelizmente”, lamentou o tucano.
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