Texto baseado na pesquisa de André Gonçalves, via Facebook.

Local onde eram colocados os mortos pela peste negra aqui em Triunfo - Foto: André Gonçalves
A peste bubônica também é conhecida como peste negra. Tal denominação surgiu graças a um dos momentos mais aterrorizantes da história da humanidade protagonizado pela doença: durante o século 14, ela dizimou um quarto da população total da Europa (cerca de 25 milhões de pessoas). O quadro Triunfo da morte (1562), do pintor belga Peter Bruegel (1525-1569), retrata o horror que a peste negra causou na Europa.
A peste é causada pela bactéria Yersinia pestis e apesar de ser comum entre roedores, como ratos e esquilos, pode ser transmitida por suas pulgas (Xenopsylla cheopis) para o homem. Isso só acontece quando há uma epizootia, ou seja, um grande número de animais contaminados. Deste modo, o excesso de bactérias pode entupir o tubo digestivo da pulga, o que causa problemas em sua alimentação. Esfomeada, a pulga busca novas fontes de alimento (como cães, gatos e humanos). Após o esforço da picada, ela relaxa seu tubo digestivo e libera as bactérias na corrente sanguínea de seus hospedeiros. A doença leva de dois a cinco dias para se estabelecer. Depois surgem seus primeiros sintomas, caracterizados por inflamação dos gânglios linfáticos e uma leve tremedeira.
Segue-se então, dor de cabeça, sonolência, intolerância à luz, apatia, vertigem, dores nos membros e nas costas, febre de 40oC e delírios. O quadro pode se tornar mais grave com o surgimento da diarreia e pode matar em 60% dos casos não tratados. Recebia esse nome porque um dos sintomas da peste era o aparecimento de manchas e inchaços nas axilas e virilhas, e estes eram chamados de bubões. O aparecimento do bubão era certeza de morte. Atualmente o quadro de letalidade é mínimo devido à administração de antibióticos, como a tetraciclina e a estreptomicina. Também existem vacinas específicas que podem assegurar a imunidade quando aplicadas repetidas vezes. No entanto, a maneira mais eficaz de combate à doença continua a ser a prevenção com o extermínio dos ratos urbanos e de suas pulgas. (Confira mais informações na página eletrônica do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz em Recife, centro nacional de referência para a peste bubônica.)
Na década de 30 e 50 foi quando ela surgiu aqui em Triunfo, causando muito impacto na população. Ela era tão devastadora que matou mais do que os livros contam. Os relatos de moradores é que ela era tão silenciosa que a pessoa desmaiava e todos imaginavam que estava morto, dai enterravam em valetas afastadas da vila e quando iriam enterrar outro já não estava no mesmo local que foi colocado, outros levantavam e voltavam para casa. Um dos locais que os mortos eram jogados fica na estrada que vai para chapada do grito é marcado com uma catatumba grande e branca, ilustrada na foto. No ano de 1956 a SUCAM (FUNASA) iniciou uma verdadeira guerra contra esta peste, os guardas encontravam pessoas colocadas em redes nas portas de suas casas esperando para serem enterradas.
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