sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Voz do Leitor: Lembranças de Engenho


Por Fernando Alves de Alencar (Pôca)

Quero somente agradecer pela oportunidade e mandar um grande abraço a todos os meus conterrâneos.

Lembranças de Engenho

Ressoa lá na encosta
Um silêncio profundo
De engenho abandonado
E se acomoda dentro de mim
Como uma lembrança infantil.

Calejando o coração
No grito dos cambiteiros
E no cheiro adocicado
Da garapa que ferve
Ao chiado silêncioso
Do bagaço que queima.

Poema do livro Poesia Bruta e Outros Poemas
(inédito)

5 Comentários:

Anônimo disse...

Para todos aqueles que brincaram no Lageiro da Barriguda, depois do curral no fundo da minha casa, na Rua do Quartel.

Lageiro da Barriguda

A muito tempo atrás
no tempo dos meus avós
sob o pé de barriguda
eu via os dias passarem
sem olhar para trás.

Comendo batata doce
sentado ao pé da velha arvore
de galhos acinzetados
e cheios de espinhos,
mas tudo isso é só
um punhado de lembranças doce.

Quando o tempo
deixar de passar para mim
não restara nem mesmo
a doce lembrança
do pé de barriguda
perdido no tempo.

Texto do Livro Versos Partidos (inédito)

Anônimo disse...

Engenho


De longe se escuta
a gritaria dos cambiteiros
trazendo a cana a cana para o engenho
esta começando a moagem.

E na brancura da bagaceira
ouve-se o riso da molecada,
jogando cabriola na bagaceira
igual cabrito na capoeira.

Com a batida da pá
na gamela e o cantarolar
alegre das raparigas,
esticandom o mel do alfenim.

do lado de fora do enganho
as fofocas das tias casamenteiras
que recolhiam a tiborna
para engordaros bacurinhos
para a festa do fim da moagem.

texto do livro Meninos e Bois (inédito)

Anônimo disse...

Engenho


De longe se escuta
a gritaria dos cambiteiros
trazendo a cana para o engenho,
esta começando a moagem.


E na brancura da bagaceira
ouve-se o riso da molecada,
jogando cabriola
igual cabrito na capoeira.

Com a batida da pá
na gamela e o cantarolar
alegre das raparigas,
esticando o mel do alfenim.

Do lado de fora do engenho
as fofocas das tias casamenteiras,
que recolhem a tiborna
para engordar os bacurinhos ,
para a festa do fim da moagem.

texto do Livro Meninos e Bois (ineditos)

Anônimo disse...

Minha Querida Triunfo

Depois de mais de trinta anos
como nos reencontraremos?
Você com um pouco mais de idade
mas nem por isso mais velha.
E talvez indiferente ao filho que partiu
cheio de sonhos e expectativas,
e agora retorna ainda arrastando
fiapos dos sonhos que são parecidos
com os da partida.
Velho? Não me sinto
mas sei que o tempo passou,
e as vezes tenho medo
da tua modernidade
porque já não és mais a mesma.
Embora vestida pelos tempos modernos,
no fundo tenho a esperança
que não tenhas perdido a beleza
que só as "pequenas" tem,
e seus filhos conseguem ver.
Acredite não se passou um só dia
sem que não fosse com uma lembrança
dos menores detalhes de ti.
Tuas ruas ladeirosas, tuas serras, há!
Tuas entranhas vistas do alto das serras,
os detalhes minuciosos da tua geografia.
Para quem te conhece
e consegue te ver com os olhos da saudade,
tu continuas a mesma.
Talvez um pouquinho mais moderna,
ou são os olhos dos teus filhos
que não aceitam as mudanças?
Mas, estas bem... muito bem minha Triunfo.

Texto do livro Últimas Lembranças (inédito)

Anônimo disse...

Fogo-Fátuo

O mormaço da tarde chegava ao terreiro
Na frente da casa fazendo pequenos redemoinhos
E no chiqueiro cabritos novos abriam o berreiro
Sentado no copiar o olhar da avó era tristonho.

Era quando começava a escurecer lá no serrote
Onde os fogo-fátuo iam começar a aparecer
Parecia brincadeira, mas eram almas sem sorte
Como dizia minha avó; Eram almas a padecer.

E no aceiro do terreiro a festa das rolinhas
Fogo-Pagô, um casal de preás mais ousados
Mas era la da encosta do serrote que vinha
O chiado dos mocós o balé dos fogo-fátuo abusado

Texto do Livro Poemas e Poesias (inédito)
Fernando Alencar(Pôca)


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