quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Seca tira o charme de Triunfo e acaba produção de rapadura


Princesinha do Pajeú, oásis do sertão pernambucano, Triunfo, a 402 km do Recife, perdeu o seu charme. A sua economia, formada basicamente pelo turismo e a produção artesanal de rapadura, umas das maiores do Nordeste, sucumbiu. Desde que a barragem de Brejinho, que abastecia a cidade secou, os turistas sumiram e os engenhos fecharam as portas.

Com capacidade para armazenar 10 milhões de metros cúbicos de água, Brejinho hoje é terra seca e abandonada, um retrato que dói e choca. Sem água na barragem, a Cachoeira dos Pingas, um dos mais lindos cartões postais de Triunfo, também ficou sem uma gota de água. E também sem ser visitada.

A rede hoteleira, que atrai turistas de todos os recantos do País e até do exterior, que procuram a cidade para curtir o seu frio e os atrativos naturais, só não entrou de vez em colapso porque possuem seus próprios sistemas de abastecimentos e a Prefeitura vem dando uma mãozinha para construir poços artesianos.

Segunda maior atividade econômica do município, a produção de rapadura entrou em declínio. O plantio de cana, matéria prima dos engenhos de manejo artesanal, está sendo desviado pelos pecuaristas para manter o gado vivo. É com o bagaço e a palha da cana que vacas, bois e bezerros matam a fome.

                                             
Considerado um dos mais tradicionais produtores de rapadura, Aluízio Rodrigues de Lima, o Landa, que em época normal chega a colocar no mercado 40 mil unidades do produto, só conseguiu produzir este ano duas mil. “Quem planta cana aqui está ganhando mais dinheiro repassando o produto para os criadores de gado. Uma carrada não sai por menos de R$ 300”, diz ele.

Landa mantém um engenho na região de Retiro, no alto da serra de Triunfo, que fica a 1,1 mil metros acima do nível do mar, sendo o ponto mais alto do Nordeste. De lá, ele avista o açude seco e contempla as pastagens do gado transformadas de palma para a cana, a matéria prima da sua atividade.

“Isso dá uma dor no coração terrível”, confessa. Em Triunfo, não há água nas torneiras, carros pipas abastecem a população levando água imprópria para beber. Para matar a sede, Maria de Fátima Gomes de Sá, residente no centro da cidade, tem que desembolsar R$ 6,50 por um tambor de 260 litros.

Diante do colapso de água, a Compesa também deixou de mandar a fatura mensal para os seus clientes em Triunfo. No lugar da conta, remete uma taxa de apenas R$ 5,65, para manter a rede ligada. O prefeito Luciano Bonfim, encontrado arrumando as malas para ir ao Recife narrar o drama que vive ao governador, confessou que não tem como pagar uma dívida de R$ 100 mil aos pipeiros.

Reclamou do IPA, que, segundo ele, mantém um burocrata no município, adversário seu, que não atende à demanda dele para amenizar o sofrimento do povo. “Identificamos as localidades para instalação de seis poços ao IPA, isso na presença do secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, mas não obtivemos nenhum retorno. Até hoje, os poços só existem no papel”, desabafou.

Fonte: Blog do Magno Martins

1 Comentários:

Francisco lima disse...

A capacidade da nossa barragem foi aumentada, pelo ilustre jornalista autor da matéria, é só mais um dos seus exageros da matéria.

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