terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os planos de Sebastião Oliveira


O deputado estadual reeleito Sebastião Oliveira (PR) pode está sofrendo resistência dentro do próprio partido para voltar a ocupar uma secretaria no governo Eduardo Campos ll. Sebastião foi secretário de transportes e já deixou claro sua vontade de voltar a ocupar o primeiro escalão de Eduardo. Comenta-se, porém que seu nome não terá força para a vaga que cabe ao PR.

Há também a possibilidade do deputado candidatar-se a prefeito de Serra Talhada. Um comentário de Inocêncio causou muita agitação na terra de Lampião ao afirmar que o sobrinho teria intenção de disputar a prefeitura logo em 2012. Estão no páreo para ser o sucessor de Carlos Evandro o atual vice-prefeito, Luciano Duque, e o ex-prefeito Geni Pereira que passou para o lado de Carlos recentemente. A oposição ainda não tem possíveis candidatos definidos.


Nova regra para venda de antibióticos já está valendo


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu um mês de prazo para as farmácias se adaptarem às novas regras para vender antibióticos. A partir desta segunda-feira (29), quem descumprir a determinação vai pagar caro.

Jaime Brito, gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), explicou algumas questões da mudança. “Para comprar o antibiótico, agora tem que ter a receita em duas vias, com identificação do paciente e do médico, e retenção de uma via no momento da compra. É possível ter duas receitas, desde que respeite o prazo máximo de 10 dias, de uma para a outra. Os laboratórios têm seis meses para colocar uma observação nas bulas”, disse.

Em relação às farmácias, Brito também falou sobre as formas de punição. “A farmácia que não cumprir as normas comete uma infração sanitária e estará passiva de sanção. Pode ser uma reclamação ou uma multa, que pode ir R$ 2 mil a R$ 1,5 mi”, explicou.

Um dos motivos dessa nova norma é o uso indiscriminado do antibiótico, a automedicação, que pode gerar casos de microorganismos superresistentes, como a da bactéria KPC, por exemplo. “As pessoas, quando vão a uma UTI, já estão com resistências a alguns antibióticos. Houve um aumento acentuado da KPC nos últimos dias, mas está tudo sob controle. Não temos nenhum hospital com grandes números de casos. Hoje, temos apenas três antibióticos com capacidade de combater a KPC”, falou.

SERTÃO
Jaime Brito também falou sobre uma ação realizada no Sertão pernambucano, quando algumas farmácias foram vistoriadas. “Nós fizemos diversas ações pontuais no combate da comercialização ilegal dos remédios. Observamos um grande descontrole de medicamentos, o que nos remete a uma preocupação com a questão dos antibióticos”, afirmou.

Segundo o diretor da Apevisa, o número de pessoas envolvidas em ilegalidades foi muito alto. “De 33 estabelecimentos que fiscalizamos, tivemos que interditar 23. É um percentual muito grande de irregularidades, principalmente de medicamentos falsificados. Houve, inclusive, prisões pela Polícia Civil”, concluiu.

Da redação do blog de Alvinho Patriota
segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Estado abre mão de R$ 340 milhões em impostos


Do Diario de Pernambuco

O projeto de lei que prevê o perdão de impostos, multas e outros débitos inscritos na Dívida Ativa do estado até o final de 2004 - em valores abaixo de R$ 10 mil - deve beneficiar, especialmente, os devedores de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). De 64.254 das cobranças que serão anistiadas, caso a matéria seja aprovada na Assembleia Legislativa, mais de 90% dizem respeito a devedores de ICMS. Os 10% restantes são referentes ao IPVA e ao Imposto de Transmissão (ICD), além de outras cobranças, como empréstimos compulsórios e indenizações pagas a mais. Isso representa uma renúncia de receitas dos cofres estaduais de aproximadamente R$ 340 milhões.

O procurador geral do estado, Tadeu Alencar, nega que o perdão das dívidas seja uma forma de estimular o mal pagador e desprestigiar quem quitou seus débitos com o estado. Ele reconhece que projetos que renunciam cobranças são ´antipedagógicos e não estimulam o ambiente tributário saudável` que o governo Eduardo Campos (PSB) busca. No entanto, deacordo com Tadeu, os aspectos relevantes na matéria enviada à Assembleia são a recuperação de crédito público e o enxugamento de quase 50% dos processos prescritos que estão no Poder Judiciário.

Essa é de 1900 e lá vai o trem #2





























Essa foto é de 1992 onde o então candidato a prefeito, Carlos Ferraz, discursava ao lado do ex-governador Miguel Arraes. A foto foi cedida, gentilmente, pelo amigo Carlos Ferraz.
domingo, 28 de novembro de 2010

Campanha do Diabo

























Um senador está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre. A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

-'Bem-vindo ao Paraíso!'; diz São Pedro

-'Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

-'Não vejo problema, é só me deixar entrar', diz o antigo senador.

-'Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

-'Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o senador.

-'Desculpe, mas temos as nossas regras. '

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele.

Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

-' E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.' Ele pensa um minuto e responde:

-'Olha, eu nunca pensei .. O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.'

Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.

A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

-' Não estou entendendo', - gagueja o senador - 'Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!!!'

O diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:
-'Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto...'

Leitores querem Paulo, mas se dividem quanto a alianças

















A enquete mostrou que os leitores querem que Paulo seja candidato mas não estão tão certos quanto a alianças. A maioria, 50%, não deseja aliança das oposições. Já 42% aceitam a aliança se Paulo for o candidato a prefeito. Apenas cerca de 4% desejam a aliança com Lula sendo candidato e os outros 4% se dizem a favor da aliança independente de candidato.

PS.: A percentagem correta dos que "Tem que se aliar" e dos "Pode ser, com Lula prefeito" é 4% já que se fosse 3% a soma não daria 100%.

No Ceará se não solucionar problema na saúde não faz festa


A União, o governo estadual do Ceará e o município de Fortaleza estão proibidos de gastar dinheiro público para promover festas e fazer propagandas institucionais enquanto não solucionarem o problema da fila de espera para cirurgias eletivas ortopédicas de alta complexidade em dois hospitais da capital cearense. A decisão foi tomada pelo juiz José Eduardo Vilar Filho, que julgou ação civil pública do Ministério Público Federal. De acordo com a decisão, mais de 2.400 pessoas aguardam na fila por esse tipo de cirurgia na cidade.

Os médicos e a realidade da saúde pública


Por Silvio Rodrigues

Após a aprovação da Constituição Brasileira, tivemos grandes conquistas sociais. O SUS, que mudou de forma radical a configuração da atenção à saúde no Brasil, teve através da reforma sanitária, que contou com a participação efetiva do movimento médico, a consolidação da cidadania no nosso país. Sabemos que o SUS ainda é um projeto inconcluso. A saúde no Brasil, da atenção básica ao serviço terciário, apresenta graves problemas.

As responsabilidades inerentes ao financiamento nas esferas federal, estadual e municipal não estão sendo cumpridas ou vem sendo aplicadas de forma inadequada. Os municípios são os que menos arrecadam e mais se responsabilizam pela aplicação em saúde. Mesmo assim, vários deles não chegam ao teto mínimo definido por lei. Não existe um apoio, até mesmo do ponto de vista técnico, do governo federal e do Estado aos Municípios.

A superlotação dos hospitais públicos e ausência de leitos em UTI para a população menos favorecida é a conseqüência dessas políticas inadequadas. Transportando esta realidade para o trabalho médico, encontramos vínculos precários, caracterizado por pagamentos por empenho e até mesmo por acordos verbais, burlando de forma escandalosa as leis trabalhistas e fragilizando o papel do médico no município. Aliado a má remuneração e aos vínculos precários, a estrutura e o abastecimento das unidades de saúde são pífias em todos os níveis de atenção. Visitando várias unidades de saúde estaduais e municipais, muitas por denuncias dos médicos, confirmamos esta realidade. Encontramos várias unidades passíveis de interdição. A novidade encontrada nos serviços de saúde é a intervenção dos gestores no trabalho e na autonomia do médico maculando nosso Código de ética Médica.

A classe médica no Brasil vive uma realidade adversa. A sobrecarga de trabalho é o reflexo da falta de investimento do poder público que se ausentando da sua responsabilidade deixa o profissional médico atuando além dos seus limites físicos e emocionais. A baixa remuneração, a defasagem dos honorários médicos e a interferência de planos de saúde na relação médico - paciente na medicina suplementar obriga – nos a escalas exaustivas de trabalho. O profissional médico de hoje possui três a quatro empregos, interferindo diretamente na sua qualidade de vida. As doenças profissionais fazem parte do nosso dia-a- dia.

O médico tem o papel fundamental na sociedade e na saúde pública. Somos aproximadamente 350 mil médicos no país, todos necessários e imprescindíveis. Nossa luta se confunde com a luta do povo por melhores condições de saúde reduzindo, através do acesso universal a saúde, as desigualdades sociais. Temos que atuar conjuntamente com nossas entidades representativas exigindo, outra realidade no modelo e das condições estruturais.

Silvio Rodrigues é presidente do Sndicato dos Médicos de Pernambuco
sábado, 27 de novembro de 2010

Entrevista com o Governador Eduardo Campos



Ele foi o governador mais bem votado do país e comanda o partido que mais cresceu nos últimos anos, ultrapassando até o PMDB em número de governos estaduais. Venceu em todos os municípios do Estado - em mais de metade deles com mais de 90% dos votos. No comando de uma aliança de 15 partidos, tem apenas quatro deputados declaradamente de oposição numa Assembleia Legislativa de 49 cadeiras.

Um dos pilares do governo Luiz Inácio Lula da Silva nas crises políticas do fim do primeiro mandato, o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), diz que a receita para se blindar a gestão Dilma de turbulências é manter o prumo da economia e acenar para os valores da classe média que se expressaram na votação da candidata derrotada do PV, Marina Silva. São valores, diz, que demandam condução republicana da máquina pública, compromisso com a liberdade de imprensa e meritocracia na gestão do Estado.

Aos 45 anos, pai de quatro filhos, Campos é casado com a economista Renata, namorada da adolescência com quem mora na mesma casa há 20 anos. A seguir, a entrevista ao Valor, concedida na sexta-feira, num restaurante em Olinda.

Valor: O PSB tinha duas Pastas e uma expressão eleitoral mais reduzida. Agora o partido cresceu e ganhou expressão nacional. Como isso vai se refletir no ministério?

Eduardo Campos: Tenho convicção de que Dilma sabe a qualidade da aliança que nós temos com seu projeto porque viu a relação do PSB com o presidente Lula nas horas boas do governo, mas sobretudo nas horas difíceis. Fizemos uma aposta estratégica no êxito do governo e fomos o partido da esquerda brasileira que mais cresceu. Nossa preocupação não é a participação quantitativa, mas qualitativa. Queremos ser ouvidos, participar das decisões, discutir projetos inovadores para a gestão pública que estamos desenvolvendo em Estados e municípios e podem ser aproveitados pelo governo.

Valor: Mas o senhor não recebe pressão do partido para negociar mais espaço no governo?

Campos: Os seis governadores do PSB sabem o quanto é importante ter bons aliados quando se vai formar equipe porque, se a gente transformar a montagem da equipe numa feira livre, não vai ter resultado. Fiquei muito feliz em ver Dilma colocar com todas as letras que vai apostar na gestão, exigir currículo, experiência e padrão de conduta de ministros, secretários executivos e diretores de empresa. A esquerda levou uma bandeira muito importante para a Constituinte, que foi o concurso público. Era uma aposta para acabar com o pistolão. Agora precisamos avançar e garantir a meritocracia também nos postos de gestão do serviço público.

Valor: E como se faz isso com o PMDB?

Campos: Quem tem que responder é Dilma, mas há quadros no PMDB que tiveram gestões consideráveis em prefeituras e governos estaduais. Agora, é preciso construir uma outra relação com os partidos. E não só com o PMDB, mas com o PT também e com todos os partidos da aliança. A regra não pode ser 'leva cargo quem grita mais'. A gestão pública tem que ser blindada. Por que um partido quer um fundo de pensão?

Valor: Ninguém grita na montagem do seu secretariado?

Campos: Chamo o secretário e digo: a equipe é sua. Não indico técnicos nem assessores. Não fico empurrando ninguém para os gabinetes. Agora, as metas da secretaria não são do partido. São do governo. E não tem três governos. É um só. Todo mês monitoramos o cumprimento das metas e eu não alivio. Digo ao secretário: ou funciona com seus escolhidos ou saem você e os incompetentes. Aprendi um pouco com o Fernando Henrique. Ele deu Transportes para o PMDB, mas não botou nenhum tucano no Dnit. Se ficar indicando gente, quando der problema o ministro já sabe a quem atribuir.

Valor: Como é que o senhor faz o monitoramento?

Campos: Reúno os secretários numa sala com três telas: uma com a ata da última reunião, outra com o objetivo e outra com a ação de governo. Uma tela vai mostrar, por exemplo, que no acesso à cidade de Jucati só se cumpriram 15 dos 20 quilômetros. Um secretário vai dizer que faltou a licença ambiental. E eu vou ver pela tela da ata que na reunião passada havia um prazo de 30 dias para essa licença. Quem me ajudou a montar isso foi o IDG do Jorge Gerdau. Foram uns 70 jovens com MBA, que nunca tinha visto na vida, que montaram os cronogramas de obras, com indicadores de impacto e de resultados. Tem intranet própria só para esses acompanhamentos. São ferramentas de gestão próprias de empresas e contra as quais meu campo político, às vezes, tem preconceito, acha que é neoliberal, capitalista, mas, na verdade, são essenciais para transformar a despesa ruim em despesa boa.

Valor: E a reação dos partidos aliados a essa cobrança?

Campos: A fiscalização do poder está sendo feita com muita energia e de maneira muito mais sistêmica e orgânica por blogs, imprensa, ministério público, tribunal de contas, audiências públicas e ouvidorias. A crise da representação política, que é mundial, vem da dificuldade de se compreender isso.

Valor: Mas não são os partidos que têm o poder de bloquear um governo no Congresso?

Campos: Os parlamentares também estão sentindo o impacto dessa sociedade mais ativa na fiscalização. É preciso conhecer as motivações desses parlamentares. Pegue, por exemplo, um cara que acordou de madrugada na segunda-feira em Salgueiro, viajou quatro horas de carro para pegar um avião. Quando chega em Brasília já faz mais de nove horas que acordou. A rádio da cidade liga. 'O deputado vai votar o quê hoje?' Ele não sabe. Vai procurar o líder e ele está no Palácio. O ministro é uma visagem. Não tem a menor chance de encontrá-lo. E aí na quarta-feira quando ele chega ao gabinete já estão lá quatro ou cinco prefeitos querendo liberar recurso e ele não conseguiu falar com o líder e nem sabe onde fica o ministério.

Valor: É o chamado baixo clero...

Campos: O que nem todo mundo conhece é a pressão sobre esse deputado do baixo clero. Seu eleitor quer saber o que ele vai levar para o município. Acho que se devia dar mais peso à emenda do parlamentar do que àquelas arregimentadas pelos líderes. Essas emendas de bancada são maiores e quando dá confusão ninguém sabe de onde veio. Muita gente tem uma visão preconceituosa em relação às emendas parlamentares, mas é possível incluir essas emendas na programação de investimentos dos ministérios e tratá-las com mais decência.

Valor: Isso é suficiente para manter uma base coesa no Congresso?

Campos: Faria um orçamento impositivo para a emenda individual, com o atendimento dessas reivindicações regionais em programas para escola, saúde e saneamento que coubessem na realidade brasileira. Você libera a emenda a partir dos programas do ministérios. E aí se ganha a base, esses 250 ou 300 parlamentares que têm muito mais relação com seu eleitor do que com os líderes de seus partidos.

Valor: Basta para conter o apetite dos partidos pelos ministérios?

Campos: Não faço indicação nem dou cargo, mas prestigio o parlamentar com ações para o município dele. De governo e de oposição. Tem muita UPA [Unidade de Pronto Atendimento], muita escola técnica que saiu do papel assim. Você primeiro cria o programa no Executivo e depois abre para as emendas. Se eu tenho R$ 10 milhões para fazer três escolas de tempo integral e chega um deputado e coloca R$ 2 milhões em emendas consigo fazer mais uma. Levo o deputado na inauguração e o prestigio. Como cada escola dessas tem 2 mil alunos ele já tem um discurso para a cidade. Isso é muito mais importante do que lotear o governo. Você acaba empregando uma pessoa que, se for incompetente, pode acabar atrapalhando o Executivo e, quando chegar a eleição, esse aliado pode até se bandear para quem lhe arrumar um cargo melhor.

Valor: Como está o projeto da Frente Ampla em que o PSB teria uma participação importante?

Campos :O presidente Lula sempre defendeu uma tese que não tinha grande audiência em setores importantes do PT, PSB, PCdoB e PDT. Ele não entendia porque nós éramos tantos partidos. Por ele seríamos um só. Ele tem uma relação com todos os nossos partidos e muita intimidade com a tese, a história, os quadros e a direção dos partidos. Somos herdeiros de todo esse conjunto de partidos que, de certa forma, vem de três grandes origens, dos partidos comunistas, dos socialistas da esquerda democrática e dos trabalhistas. Apesar desse conjunto, a gente não construiu uma frente no estilo do que o Uruguai em outras circunstâncias históricas foi capaz. Isso está posto na mesa para ser discutido no médio e longo prazos.

Valor: Quem cabe nessa frente? A questão dos royalties do pré-sal, que tanto divide os aliados, está incluída?

Campos: A gente tem que definir com muita clareza o conteúdo que essa frente vai representar, para ver aí quem cabe e quem não cabe. A depender das teses que a frente carregue, caberão uns e não outros. Podemos fazer uma frente para enfrentar determinada situação. Se colocarmos temas mais complexos e chegarmos à conclusão de que não dá para ter frente e é melhor ter a vida própria de cada partido, as alianças eleitorais e os projetos dos governos.

Valor: Essa frente seria formada com os quadros da nova geração da política brasileira?

Campos: Essa renovação de quadros ainda não acontece na proporção que gostaríamos que ocorresse até porque a política foi ficando feia e afastando as pessoas de bem que encontraram outra forma de se realizar, de contribuir com a mudança. A gente não consegue animar jovens, trabalhadores, intelectuais e pessoas do povo para participar, disputar mandato e viver vida partidária. Acho que está na hora de usar o voto, a imprensa livre e o debate público para ir limpando a política. Se o Brasil que estamos construindo está mudando de patamar na economia, também tem que mudar de patamar na política, senão não será possível garantir a continuidade desse processo de desenvolvimento e amadurecimento das instituições. Temos que ter a firme preocupação de encantar as pessoas.

Valor: O senhor teve participação muito decisiva na sustentação do governo ao longo das crises políticas dos últimos oito anos. Como o senhor acha que a presidente Dilma vai enfrentar as turbulências políticas que virão?

Campos: O governo terá que manter a mão firme na economia para não deixar que essas turbulências internacionais afetem esse bom momento do Brasil. Com isso você garante a satisfação de quem luta pela sobrevivência. Mas acho que a presidente também terá que conquistar os segmentos de classe média que se expressaram na votação da Marina Silva e que reclamam princípios republicanos na condução da máquina pública, de compromisso com a liberdade de imprensa e com a meritocracia.

Valor: O senhor fala em meritocracia e gestão. Esta é uma plataforma de esquerda?

Campos: Um Estado eficiente pode não ser inclusivo, mas para ter uma gestão mais inclusiva você precisa transformar o gasto ruim do custeio em gasto bom. Vai fazer a triplicação numa faixa de rodovia que poderia aguardar um pouco ou vai optar por uma creche para melhorar a qualidade da educação pública já na educação infantil e diminuir o grau de repetência? Você vai investir em saneamento para quem não pode pagar uma taxa que remunere a empresa que cuida do esgoto? Isso não é fundo perdido, é investimento. É escolher prioridades para a presença do Estado na vida de quem dele precisa.

Valor: Como fica nessa plataforma de esquerda a reforma da Previdência do setor público?

Campos: Discuto a Previdência sem o menor problema, votei na reforma e nunca um eleitor me questionou por isso. Sabemos que não se pode tirar o direito de ninguém porque a constitucionalidade não permite. Mas você vê negado o direito de uma criança que não tem escola e de um cidadão esperando na rua o carro pipa e ninguém se choca com isso. Está mais do que na hora de discutir idade de aposentadoria. Por que quem pega numa colher de pedreiro bem cedo depois de pegar dois ônibus tem um tratamento diferente daquele que o servidor recebe?

Valor: E por que ninguém aceitou discutir isso aí antes da eleição?

Campos: Essa eleição negligenciou a pauta real.

Valor: Isso justifica que a eleição tenha sido sucedida pela ressurreição da CPMF?

Campos: Não precisamos de CPMF, não vamos começar a discutir a saúde pela CPMF porque senão a gente fica nesse debate e não discute a situação real da saúde, a qualidade do gasto, a situação da ação básica, quanto está indo para comprar remédios especiais, quanto vai para as liminares e quanto está sendo dado para remédios que sequer são licenciados no país. O Brasil precisa participar desse debate. O SUS não foi feito para pagar por um procedimento no Acre um valor diferente do que se paga no Rio, em Pernambuco ou no Ceará. É um sistema nacional que não é nacional.

Valor: Não será inevitável uma nova pressão sobre a carga tributária?

Campos: Fui o único governador que, nos últimos quatro anos, não aumentou nenhum tributo nem mandou projeto para a Assembleia nesse sentido. Sem vender nenhum patrimônio público consegui investir em alguns anos quatro vezes a média de governos anteriores. E consegui aumentar o repasse de ICMS para municípios que alcançaram metas na educação e na segurança pública. Tem prefeito que conseguiu dobrar a receita de ICMS. A sustentação fiscal do município dele passa a depender da qualidade do serviço público. Isso muda a cabeça dos prefeitos. Hoje você abre o jornal e tem encontro de prefeito discutindo gestão. Copiamos experiências de consórcios de São Paulo, Minas e do Paraná para que os munícipios possam compartilhar a gestão de um hospital regional, por exemplo.

Valor: Não é uma gestão mais próxima do PSDB do que do PT?

Campos: O PT é o partido mais importante do Brasil. Ninguém pode pensar em fazer política sem o PT e sem reconhecer a importância do partido e de sua militância, mas nós nunca nos confundimos com o PT. Não compartilho de todos os seus amigos e também não sou obrigado a herdar todos os seus adversários em São Paulo ou no Paraná, onde a relação que tenho com o Beto Richa vem ainda da proximidade de dr. Arraes com o José Richa. Em Minas nossa relação com Aécio é tão boa que nos permitiu ter o apoio dele a um quadro do PSB, que é o Márcio Lacerda [prefeito de Belo Horizonte]. Também não posso desconsiderar que o PSDB da Paraíba apoiou a renovação Negritodo Estado proposta pelo PSB nessas eleições, que os dois partidos estiveram juntos na reeleição do Teo Vilela (PSDB) em Alagoas e que em Pernambuco muitos do PSDB estiveram conosco.

Valor: Qual é sua avaliação de Aécio Neves?

Campos: É um talento, um sujeito jeitoso, tem uma capacidade que desenvolveu de acomodar, remediar, checar e formular. Ele tem senso e instinto político. Mas esse projeto a que ele está se propondo agora exige muitos pré-requisitos, um dos quais é o de se dedicar mais a andar e conhecer o país, debater em associação comercial, em fórum de prefeito. Não é de Brasília que vai fazer isso.

Valor: Esse é o projeto do senhor?

Campos: Não, não, meu projeto é entregar o que prometi aqui.

Valor: O senhor talvez seja o governador mais próximo do Lula. O que o senhor acha que ele vai fazer fora da Presidência?

Campos: Vai tirar uns dias de férias e depois volta para montar o instituto. Está interessadíssimo em ajudar e 100% comprometido com o projeto Dilma. Vai viajar muito dentro e fora do país. E não quer voltar a disputar eleições. Está convencido de que dificilmente um presidente pode sair do cargo numa situação melhor do que a que ele está deixando agora.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Melhorias Necessárias


Triunfo, cidade turística com atrativos naturais é abençoada por Deus. Entretanto, necessita de melhorias em alguns setores da cadeia produtiva para uma melhor prática turística na cidade. Os setores que falo são: na área gastronômica, aos quais é necessário cursos de aperfeiçoamento, tendo em vista que o Sebrae e a Abrasel juntos promovem o "Sabores do Sertão", o qual o Betos Bar e Restaurante merece os parabéns do JET que ganhou o 2° Lugar neste ano com seu prato da casa feito por Vilani. Além do Beto's, outros estabelecimentos como pousadas e restaurantes participaram desta competição ajudando a divulgação de seu produto. Creio que agora sim perceberam a importância da competitividade e aperfeiçoamento profissional nesta área para lucrar.
Outro ponto que é necessário trabalhar mais, é prevenir a violência, contrabando, roubos e assaltos. O turista quando sai de sua residência, não deseja ir para um lugar violento, claro! Pois, o que ele quer é descansar, ter sossego. Nossa cidade tem sossego, tem clima agradável, atrativos, calmaria, tudo o que um turista busca em suas férias e/ou em festividades tradicionais de Triunfo. O melhor é que continue como está, e o que tem de bom continuar, pois sabemos que atualmente Rio de Janeiro-RJ está em guerra entre policiais e contrabandistas fruto de uma política de descaso, afastando o turista por anos, não mais sendo um ambiente confiante para o mesmo.
Um melhor trânsito para receber maior fluxo de carros e pessoas, fato de guardas de trânsito não mais sendo vistos na Av. Getúlio Vargas e na Praça Carolino Campos. Como educar o trânsito da cidade se só querem pôr ordem durante festas? Até a procissão da Igreja, a polícia pede para que não estacionem em ruas onde ela irá passar, mas mesmo assim não existe compreensão dos condutores. Essa educação deve ser aos poucos, e assim em tempos de festas não terão tantos problemas e estresse no centro da cidade, evitando maiores problemas.
Estes pontos são simples de melhorar se forem feitos com esforço e cuidado. Já que com pequenas mudanças as conseqüências serão satisfatórias para a população. Então por quê não planejá-las?

A deplorável situação das rodovias estaduais

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Situação da PE-280, que liga os municípios
de Custódia e Sertânia



O atual estado das rodovias da região do Pajeú é algo deplorável. O abandono é nítido e as consequências são muitas para quem precisa transitar pelas estradas. Aliás, não é de hoje que elas se encontram assim.

Desde o ano 2000 resido na Paraíba. De lá pra cá, nessas minhas idas e vindas para Triunfo, vejo que a situação em nada mudou. Isso mesmo, já se foram 10 anos e não me lembro de uma grande  obra de recapeamento, a não ser, claro, o próprio asfaltamento da subida do Brocotó (que por sinal já está se desmanchando). No mais, só algumas operações de tapa buracos, que ano após ano vão formando verdadeiras lombadas na pista.

Buracos (crateras) e falta de acostamento e sinalização são meros exemplos dos problemas encontrados nas rodovias pernambucanas. Prova disso são as fotos que tirei na minha última viagem pela região, cerca de 15 dias atrás, quando trafeguei pelas rodovias PE-280, PE-275, PE-292 e PE-320, além das rodovias federais BR-412, BR-110 e BR-232, estas que por sinal estão em bom estado de conservação.


 (Clique na imagem para ampliar)

A CRÍTICA
A minha censura vai para os prefeitos e ex-prefeitos das cidades que formam o Vale do Pajeú, em especial dos municípios de Afogados da Ingazeira, Custódia, São José do Egito, Serra Talhada, Sertânia, Tabira e Triunfo. Os deputados (estadual e federal) também devem ser incluídos, além do governador e seus antecessores.

Ao meu ver, o problema das estradas reflete a falta de articulação política por parte dos prefeitos da região, bem como a visão estreita dos mesmos. Parece-nos óbvio que a junção de lideranças locais facilitaria o desenvolvimento de projetos para os municípios envolvidos, de modo que não somente as rodovias poderiam ser contempladas com obras, mas também outras áreas de relevante interesse social.

Por sinal, os prefeitos não estariam mendigando verbas junto ao governo do Estado, mas tão somente cobrando as parcelas que são devidas aos municípios com relação à participação na divisão das receitas, que por sinal são muitas.

Visitando o site do Detran-PE, fiz o levantamento da frota de veículos da microrregião do Pajeú. Vejamos:

Frota de veículos da microrregião do Pajeú (Outubro/2010)

Cidade – Nº de veículos licenciados
1. Afogados da Ingazeira - 9.927
2. Brejinho - 782
3. Calumbi - 860
4. Carnaíba - 2.440
5. Flores - 2.430
6. Iguaraci - 1.356
7. Ingazeira - 496
8. Itapetim - 1.786
9. Quixaba - 1.116
10. Santa Cruz da Baixa Verde - 2.127
11. São José do Egito - 8.642
12. Serra Talhada - 21.208
13. Solidão - 568
14. Tabira - 6.326
15. Triunfo - 4.326
16. Tuparetama - 1.965

TOTAL: 66.355 veículos

Como se percebe, contamos com uma frota considerável de veículos e que cresce a cada ano, assim como em todo o Estado, (cf. http://www.detran.pe.gov.br/images/stories/estatisticas/HP/1.10_frota_municipio.pdf), tendo o Fisco aumentado consideravelmente sua arrecadação com o licenciamento. Ressalte-se que a legislação prevê a repartição das verbas, de modo que, do total arrecadado, 50% do IPVA são destinados aos cofres estaduais e 50% vão para o município de emplacamento do veículo.

Além do mais, vale lembrar ainda como fonte de receita a famosa CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), tributo incidente sobre a comercialização de combustíveis e que tem percentual repassado aos Estados (Lei No 10.336, de 19 de dezembro de 2001).

Destarte, é inadmissível que tenhamos que conviver diariamente com estradas esburacadas e que põem em risco as nossas vidas. Trata-se até de um problema que transcende as questões de saúde e segurança de quem trafega, mas que pode ser visto mais amplamente, afetando também a renda e o lazer dos cidadãos.

Como se sabe, o transporte rodoviário é a principal forma de circulação no Brasil. Assim, estando as estradas sem condição de tráfego, empresas de transporte de passageiros deixam de atuar ou encarecem as passagens, dificulta-se o turismo e o escoamento da produção, tem-se o encarecimento do frete de cargas, enfim, toda uma cadeia de produção é prejudicada, inviabilizando o desenvolvimento econômico da região e aumentando o custo de vida.

Por certo, o que falta é uma visão mais desenvolvimentista e uma conduta mais atuante das figuras tarimbadas que há muito estão no poder e pouco fazem ou fizeram pelo desenvolvimento dos seus conterrâneos. Não por acaso preferem transferir suas responsabilidades, como no caso relatado na postagem “SESC Triunfo ou Triunfo SESC?”.
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A vez é de Triunfo!



A ação empreendedora dos sócios, Diego Oliveira, Hayann Christyann e Caio Borges, juntamente com o apoio da eCoopertec, têm o intuito, por meio do marketing digital, desenvolver a nossa querida cidade turística do interior de Pernambuco, a mais conhecida como “O oásis do Sertão”, admirada pelos seus visitantes e turistas. Com esta ferramenta de marketing, o Portal de Triunfo, o Mundo saberá que esta cidade tem a oferecer de melhor para seu público com suas riquezas naturais, religiosidade e cultura, abrindo caminho ao fomento de empreendimentos turísticos ao decorrer dos anos.

Oportunidades de negócios surgirão, pois, um bem sempre é seguido de outro bem. Capacitação de jovens e empresários, que estão sendo viabilizadas pela CR MicroConsultoria Empresarial em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco-UAST. Sabendo que o fluxo de pessoas da cidade irá aumentar em conseqüência desse meio de comunicação, que é o Portal de Triunfo, a cidade estará mais preparada para receber satisfatoriamente o turista e assim ocorrendo um crescimento e desenvolvimento harmônico e contínuo.


Acesse o site: www.ecoopertecpe.com.br
quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sesc Triunfo ou Triunfo Sesc?

É com esta indagação que começo este texto.

Não por acaso estou tocando no assunto, mas ao saber de que corre um boato (que pelo histórico recente da cidade torna-se quase uma verdade) de que após longos anos de abandono e chegar ao ponto de deixar o muro do Estádio Municipal cair, a prefeitura de nossa sofrida cidade entregará o estádio para que o Sesc construa o seu mais novo empreendimento na cidade.

O estádio seria entregue para que o Sesc tomasse conta assim como: a antiga rodoviária e a extinta cadeia e no local funcionasse algo no estilo dos centros de treinamento de grandes clubes.

Por um lado é bom, pois o espaço com certeza seria aproveitado de forma correta, profissional e de maneira que se auto-sustentasse, mas por outro perderemos mais um bem público e continuaria essa prática de jogar os problemas nas mãos dos outros sem que o município ganhe com isso.

Fica a ressalva, aos que estão na cidade abram os olhos pois um pequeno grande monopólio está sendo construído com o consentimento das autoridades.
terça-feira, 23 de novembro de 2010

É De Direito #11

A Publicidade dos Atos dos Gestores Públicos

George Veríssimo escreveu no seu postDicionário da Transparência”, sobre a necessidade de se haver transparência em tudo o que o Governo faz e diz, perante a sociedade como um todo. Nada mais justo! E mais, é um dever constitucional inerente ao Estado de dar publicidade, levando ao conhecimento de todos os cidadãos como e quais atos realizarem. Somente a partir daí abre-se a possibilidade e viabilidade de que qualquer do povo questione a administração pública.

Assim sendo, o grande jurista José Afonso da Silva em uma de sua obra primária constitucional menciona que “a publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo, porque se entende que o Poder Público, por ser público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os administrados tenham, toda hora, conhecimento do que os administradores estão fazendo”.

O total entendimento desse dever público do Estado por parte da população e a sua efetiva aplicação a todos os atos públicos dos entes governamentais proporciona, sobretudo, a condição de igualdade entre o administrado e o administrador. Ela deve ser realizada de uma maneira clara e precisa, de forma que venha a ser bem compreendida pela população. O que ocorre muito, principalmente nos telejornais, são as informações referentes às finanças da nação sendo praticamente “despejadas” nos telespectadores e pouquíssimos conseguem ter uma mínima noção do que aquilo tudo representa realmente. Há que se atentar para o real fundamento do princípio da publicidade que é o de informar o público.

Sabendo disso, busquem os seus direitos e garantias de cidadãos que são! Procurem mudar a realidade impune da política brasileira!

Estudo sobre Diabetes mostra perfil sócioeconômico de Canaã

Realizou-se em 2008/2009 um estudo transversal na população adulta (urbana) do distrito de Canaã, município de Triunfo, no sertão de Pernambuco. A sua população de 1.817 pessoas é tipicamente urbana, heterogênea e miscigenada quanto à ascendência. O tamanho da amostra foi baseado no número de famílias residentes nesse distrito (234), sendo esta constituída por 198 indivíduos e estratificada por faixas etárias, de forma representativa da população adulta do município (≥ 30 anos).

Esta pesquisa foi revisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (CEP/CCS/UFPE) (registro n° 190/2006). Todos os participantes leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Dos 198 indivíduos estudados, 68 (34,4%) eram homens e 130 (65,6%), mulheres, com idade média de 57,4 anos (31-90 anos), sendo 56,7 anos entre os homens e 57,7 anos entre as mulheres. Do total da amostra, 13,1% eram analfabetos, 80,0% tinham apenas o ensino fundamental, 6,9% tinham ensino médio e não havia indivíduos com ensino superior. Em relação à renda mensal individual, 81,3% dos indivíduos ganhavam menos de 1 salário-mínimo, 16,7%, entre 1 e 2 salários mínimos e 2,0%, mais de 2 salários-mínimos. Quanto aos hábitos, 28,2% dos indivíduos eram fumantes e somente 27,8% praticavam atividade física.

Nesta população estudada, 27 indivíduos eram diabéticos, sendo, portanto, a prevalência de DM nessa população de 13,6%. Esta se revelou mais elevada entre as mulheres −16,2%, do que entre os homens avaliados − 8,8%, com diferença significativa.

De todos os diabéticos identificados, 24,0% não tinham ainda diagnóstico e dos que já eram previamente diagnosticados, somente 8,0% se encontravam controlados do ponto de vista glicêmico.

Nesse estudo 68,0% dos diabéticos detectados apresentavam Hipertensão Arterial; e, ao se estratificar os níveis pressóricos desses pacientes com DM desta amostra, observou-se que apenas 22,2% apresentavam níveis de PA nas metas recomendadas, ou seja, inferiores a 130 x 80 mmHg. Os demais (77,8%) apresentavam níveis anormalmente elevados de PA, sendo 18,5% entre 130 x 80 mmHg e 140 x 90 mmHg e 59,3% acima de 140 x 90 mmHg.

Esse estudo foi bastante interessante e revelou altas taxas de pacientes com Diabetes no distrito de Canaã. Impressionante saber que 24% sequer sabiam que tinham a doença, além de que poucos tinham a doença controlada.

Estudos como esse são importantes para direcionar as estratégias de saúde pública. Com esses dados em mãos os PSFs poderiam agir mais focado visando o controle das doenças crônicas, pois estas se não bem controladas acabam por debilitar bastante o paciente além do SUS ter gastos maiores para tratar as complicações.

Referência: Prevalência de diabetes melito e fatores associados em população urbana adulta de baixa escolaridade e renda do sertão nordestino brasileiro

domingo, 21 de novembro de 2010

Acidentes com moto aumentam no Brasil e em Triunfo

23 pessoas morrem em acidentes de moto por dia no Brasil

A frota de motos cresce no Brasil e com ela o número de vítimas do trânsito com sequelas gravíssimas.

Um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo mostra que aqueles que escapam da morte enfrentam uma dura rotina. E a pesquisa traz uma surpresa: os motoboys não são mais a maioria das vítimas.

Um ano e meio numa cama. Ombro e braço esquerdos sem vida - os nervos que os ligavam à coluna foram rompidos A perna não pode tocar o chão, porque falta um pedaço do fêmur, o osso da coxa - ficou no asfalto. Ele bateu em outra moto. As duas em alta velocidade. O raio-x mostra o osso quebrado, a parte que falta e que uma cirurgia no dia seguinte vai tentar corrigir.

“Eu acho que no imaginário do motoqueiro, às vezes passa a ideia de que existem duas situações possíveis: ou eu morro, e está resolvido o problema, ou vou viver. Só que entre a morte e a vida deste motoqueiro, e é isso a proposta do trabalho, é mostrar que há uma série de problemas que vão causar um ônus para este indivíduo tremendo ao longo da vida dele”, diz o dr. Marcelo Rosa.

No Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, o doutor Marcelo Rosa viu se multiplicar o número de mutilados pelos acidentes de moto. É para lá que são encaminhados os casos mais graves, que precisam de cirurgias de alta complexidade. Ele coordenou um estudo para medir a dimensão dessa tragédia.

A pesquisa acompanhou 84 pacientes que foram internados no Hospital das Clínicas de São Paulo entre maio e novembro do ano passado. Esses pacientes foram acompanhados durante seis meses. O resultado é um retrato assustador do impacto desses acidentes sobre a sociedade. Em custos hospitalares, no prejuízo provocado por esses jovens que deixam o mercado de trabalho e no efeito devastador para as vítimas e suas famílias.

“Abalou psicologicamente tudo. Minha esposa, meus filhos, tudo, tudo, família. Por que, como cuidar de uma pessoa que vai chegar em casa deficiente?”, desabafa Danilo Américo. Ele ia no corredor entre os carros. Um deles fechou o espaço.

“Já caí no chão sem o pé, totalmente, não tenho nem palavras para dizer o fato”. O pé foi decepado. Trinta dias no hospital. Cinco cirurgias. Uma delas reimplantou o pé.

“Foi pesado, você ver a tua vida, a vida dos teus filhos se desestruturarem em fração de segundos. É muito difícil, você não sabe o que vai fazer, não sabe como vai ser o teu amanhã, você não tem como planejar o teu amanhã, o amanhã dos teus filhos. É doloroso”, conta a mulher de Danilo.

O Ministério da Previdência não tem um cálculo de quanto o país gasta em benefícios para acidentados de moto. Mas a pesquisa mostra que seis meses depois do acidente, 82% dos pacientes ainda não tinham voltado a trabalhar, nem retomado atividades simples do dia-a-dia.

Em média, os pacientes ficaram 18 dias no hospital. Fizeram mais de duas cirurgias e custaram R$ 35 mil ao SUS cada um.

“É uma epidemia, porque os números mostram um alto índice de acidentados de moto, um alto índice de sequelados, Tudo o que caracteriza uma epidemia, toda a mobilização da área da saúde, custos sociais, isso tem que ser caracterizado como epidemia. Como a que tivemos da gripe suína. Como epidemia, elas exigem medidas fortes, precisam de estudos estatísticos adequados, precisam da intervenção da engenharia de tráfego, precisa de medidas fortes como foi tomado na gripe suína”, diz o médico.

Em Triunfo do mês passado para hoje foram inúmeros os acidentes com muitas vítimas, alguns dos acidentes foram muito trágicos. Em um plantão na maternidade o qual eu estava acompanhando meu pai foram cerca de 6 acidentes, que apesar de leves mostram que se torna cada vez mais frequente esse tipo de fatalidade.

A imprudência é a maior das causas. A maioria dos pacientes tinham ingerido bebidas alcoólicas.

O problema só aumenta. Quem anda de moto precisa ter muito mais cuidado, precisa estar com a máxima atenção porque um simples deslize pode acabar com a sua vida, sua família e pior, tirar a vida de pessoas que as vezes não tem nada a ver com a história.

Essa é de 1900 e lá vai o trem





























Essa foto é de 1989, quando foi realizado a limpeza do açude em parceria com outras prefeituras da região. No final de dezembro, ainda com as obras em andamento, uma chuva encheu novamente o açude, para a surpresa de todos.
Se você tem uma foto ou história mande pro nosso email, jetriunfenses@yahoo.com.br, ajude a perpetuar a história de nossa cidade.
sábado, 20 de novembro de 2010

4° Momento da Consciência Negra em Triunfo

21/11 - Domingo
Festividades na Comunidade Águas Claras
08h – Concentração na Praça Carolino Campos
08h30min – Saída rumo ao Sítio Águas Claras
10h – Palestra na Associação de moradores do sítio Águas Claras
Tema: A inclusão social do negro nos dias atuais
Palestrante: Denis Carlos Gomes
11h – Dinâmica de entrosamento na comunidade (falas, improviso dos artistas populares, café com prosa)
12h – Almoço Dançante (forró pé-de-serra)
14h – Início das apresentações culturais:
- Escola de Percussão do Colégio Milton Pessoa do Sítio Santa Maria;
- Banda Isaias Lima;
- Cia de Arte e Cultura Renascer do Sertão de Jericó-Triunfo ;
- Cia de Danças Espressarte – SESC – Triunfo;
- Coco do Quilombo do Livramento (PB);
- Coco do Quilombo da Águas Claras (Triunfo);
- Desafio de Emboladores : Zé Bernardo, Zé Baião & Convidados;
- Forró pé-de-serra
Transporte e almoço gratuito.

22 à 26/11 Oficinas Culturais

27/11- Praça José Veríssimo Jr
A partir das 22h00min
- Ambrosino Martins (Triunfo)
- Marcelo Pantera e os Bruxos da Noite (Olinda)
- Radiola Serra Alta (Triunfo)
- PE 87 (Tabira)
- Secaeiros (Afogados da Ingazeira)

28/11 - Encerramento do IV Momento da Consciência Negra na Comunidade do Espírito Santo - Bodega de João Baião

Almoço dançante e Apresentações Culturais.

Fonte: Olha eu que fiz
sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Triunfo será mais conhecida do que é.


O acesso de empresários à internet aumentou nos últimos anos, em pouco tempo, e muito rapidamente. Diversos motivos fizeram com que empreendedores estejam ligados à internet, às vendas, compras, trocas de produtos e etc. Mercado este chamado de "e-commerce". Empresas, antes pequenas, hoje, gigantes, estão em expansão surpreendente.Pois, existem inúmeras pessoas consumindo em lojas virtuais, mostrando porcentagens significativas em resultado de faturamento nestas empresas.
O marketing digital é imprescindível para uma empresa que quer "estar viva" no mercado, aliás, a tecnologia é uma estratégia de mercado. Tanto empresas competitivas quanto cidades se beneficiam de estratégias de marketing digital para exporem o que de produtos e/ou serviços têm a oferecer para o consumidor.
A nossa cara cidade turística vem sendo visada por jovens empreendedores, Diego e Caio (triunfenses) e Hayann (recifense). Determinados na importância dessa ferramenta para que haja maior fluxo de pessoas em períodos festivos, como também, em períodos não festivos para os turistas usufruam destes serviços. Triunfo tem grande contemplação turística nas zonas rural e urbana, gastronomia desejada, povo religioso e acolhedor. Expor sua identidade turística para o Mundo é plano atual, Triunfo não pode perder tempo para mostrar o que tem de melhor ao turista.
A cidade, sendo conhecida por maior número de pessoas, automaticamente, terá o compromisso de sofisticar seus equipamentos, capacitar funcionários e gestores. Terá um considerável avanço profissional gerando renda e emprego na cidade.
As conseqüências do marketing digital são vantajosas e importantes para a triunfante cidade em todo o ciclo produtivo de trabalho. Aguarde novidades no Portal da internet de sua querida cidade, Triunfo!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dicionário da Transparência


Transparência: do latim: Perspicuus

Do inglês: Transparency

Do português: Pra que mostrar?

Essa é uma situação muito corriqueira no dia a dia de todos nós.
Buscamos sempre nos informar do que nos rodeia, mas os órgãos públicos (ainda) buscam nos esconder. É uma situação que acaba gerando o desagrado por parte de um povo que quer e gosta de saber onde e como seu dinheiro está sendo implementado.

Não adianta interagir, o que causa o efeito de unidade por parte dos colaboradores é o comprometimento e relacionamento de igualdade que os dados da cidade revelam. Vejamos... se reclamo da saúde, se reclamo da educação e todos os dias alguém nos  telejornais diz que o governo está “abarrotado” de dinheiro só esperando projetos, a única coisa que posso pensar é que os que candidatos que elegemos estão pegando nosso dinheiro e nada estão fazendo.

Balanços semanais, mensais, semestrais deixariam que mais da metade das críticas fossem sanadas pelo simples fato de sentirmos a ação de bem coletivo que os gestores estão tomando. Os projetos podem ser que não vinguem, mas saberemos que eles foram feitos.

No meu curso, aprendi que publicidade não vende o que o produto tem, mas sim o que a propaganda transmite. Isso pode ser usado na “Máquina” do poder público. Queremos ação, além desta a tão sonhada transparência. Mas é muito difícil isso acontecer, pois instituições que não revelam seus balanços, metas ou projetos tem algo a esconder. Sendo assim não serei eu, um simples estudante, que mexerei no formigueiro com a mão cheia de doce.

É de Direito #10

Novos Rumos para o Judiciário em Pernambuco

No exercício da judicatura há quase 30 anos e ex-presidente da Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE), o desembargador José Fernandes de Lemos tem enfrentado desafios na presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, cargo que ocupa desde o dia 10 de fevereiro de 2010. José Fernandes é considerado um juiz rigoroso, determinado e comprometido com a qualidade da prestação jurisdicional. Nas sessões e nos corredores do TJPE, defende medidas como o funcionamento do foro em dois turnos e a mudança do sistema de ponto para os funcionários do Judiciário.

Nesta entrevista à Revista Advocatus, concedida no dia 3 de setembro de 2010, em seu gabinete, José Fernandes de Lemos diz que pretende realizar novo concurso para juiz de direito, aponta as dificuldades burocráticas que está enfrentando para transferir a sede do TJPE para o bairro da Ilha Joana Bezerra, revela detalhes da ideia de abrigar os juizados especiais do Recife em um único prédio, no bairro da Imbiribeira, e fala com abertura e franqueza sobre temas como a relação dos juízes com os advogados e o lobby, tema polêmico na advocacia.

REVISTA ADVOCATUS - Os fóruns em Pernambuco não têm um horário único de funcionamento. Dentro da própria Região Metropolitana do Recife (RMR) há fóruns com horários diferentes. Essa não é uma situação prejudicial aos advogados e ao público?

JOSÉ FERNANDES DE LEMOS - Os horários hoje não são unificados. Eles se adaptam segundo a conveniência da cidade, de cada município. É difícil fazer essa implantação de um horário único exatamente por isso. Porque há municípios que têm uma vocação de funcionamento pela manhã, porque ali já funciona a feira, o horário bancário é pela manhã e quando se transfere o expediente para tarde gera-se um impacto muito grande perante a comunidade e os próprios integrantes da OAB de cada município, eles mesmos questionam muito isso.

RA - Existe alguma possibilidade de amplicação do horário de funcionamento do foro, para dois turnos, por exemplo?
JF - Esse é um projeto meu e já venho trabalhando nele há alguns anos. As propostas que eu apresentei para elevação do horário de funcionamento para 8 horas, eu perdi na Corte por três votos. Eu continuo lutando por essa proposta, mas sempre lembrando que ela encontra uma resistência muito grande dentro da instituição.

RA - Em relação aos juizados especiais, eles foram criados para acelerar um pouco a tramitação dos processos. Porém, há audiências hoje sendo marcados para 2011, e a população e os advogados sabem da questão da morosidade da própria justiça. Há algo que possa ser feito para mudar esse quadro?
JF - Os juizados, hoje, estão pagando o preço do sucesso que eles tiveram anteriormente. Como o sucesso foi muito grande, houve uma convergência, uma duplicidade, um aumento considerado das demandas perante os juizados e eles não estavam, portanto, estruturados para esse excesso de demanda. O que nós estamos fazendo é ampliar e está dentro do meu projeto centralizar todos os juizados em um prédio da avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro da Imbiribeira, o que vai facilitar a atuação jurisdicional dos defensores públicos, dos advogados e também o próprio funcionamento da justiça.

RA - O senhor acredita que isso vai acelerar os processos?
JF - Isso acelera porque muitas audiências são adiadas porque o defensor não pode comparecer, por exemplo. Eu quero dizer o seguinte, o defensor que está ali em Casa Amarela não pode fazer uma audiência e se deslocar para outro ponto com cinco quilômetros de distância. Então a centralização, embora em princípio possa parecer prejudicial ao jurisdicionado é benéfica. Porque ali estaria toda a estrutura do Poder Judiciário.

RA - Existe prazo para inauguração desse prédio?
JF - Desde fevereiro deste ano nós lutamos para alugar um prédio. Agora, o que ocorre é que na administração tudo é muito difícil, esse processo de locação sempre encontra dificuldades. Basta um dos proprietários do imóvel ter qualquer dívida perante o Fisco que já não se pode contratar. Foram inúmeras as vezes que nós tentamos fazer locações e não pudemos realizar. Somente agora que encontramos esse prédio na Imbiribeira, que é um prédio que permite acomodar todos os juizados especiais cíveis e das relações de consumo, os futuros juizados da fazenda e os colégios recursais cíveis e o criminal, numa boa localização, com bom estacionamento, é que nós estamos vencendo algumas dificuldades para fazer essa locação.

RA - Há, também, a questão do ponto eletrônico nos fóruns. Há alguma possibilidade de essa medida ser implementada? Por exemplo, nesse prédio onde vão funcionar todos os juizados, a implantação dessa medida seria facilitada.
JF - Essa questão do ponto eletrônico, seja por meio biométrico ou através das impressões digitais, nós observamos que não é fácil de implantar. Porque não é fácil mudar uma cultura de anos em que não se tem com rigor uma fiscalização. E quando se quer impor algo dessa ordem, encontra-se uma resistência muito grande. Há casos em que até alguns aparelhos que tomam o registro desses pontos já foram danificados.

RA - Então o senhor acha essa medida difícil de implementar?
JF - Difícil, mas não impossível. E eu não abro mão dela.

RA - É uma de suas metas?
JF - Está dentro de minhas metas. Agora, fazer através de outras vertentes como catracas eletrônicas, porque na prática observou-se que com o ponto biométrico é fácil de fazer a burla.

RA - Esse prédio novo da central dos juizados pode ser um projeto-piloto para isso?
JF - Ele vai começar com esse projeto-piloto. Eu diria que o nosso projeto é instalar a centralização dos juizados, todos eles já na forma virtual com o processo eletrônico.

RA - Agora, falando um pouco na carência de magistrados no Estado, há cargos vagos? Há possibilidades de novos concursos para juízes em Pernambuco?
JF - O Judiciário se encontrava com um edital travado, aguardando a autorização do Conselho Nacional de Justiça há mais de um ano. Somente agora, alguns dias passados, é que nós tivemos a liberação desse edital. E possivelmente até o final do ano o concurso terá início, para prover essas vagas que hoje eu acredito que estão em torno de 70.

RA - E há previsão de quando será realizado o concurso? E se o chamamento é imediato?
JF - Nós conseguimos uma grande vitória, que é transferir a realização de todas as fases desse concurso para a Fundação Carlos Chagas, evitando que ele fosse feito por pessoas daqui da estrutura, o que gera, na maioria das vezes, muita polêmica. Eu acredito que tenha sido um grande avanço e, por essa nova sistemática, é possível saber o dia que ele termina e quando poderá ser, com razoável segurança, a data da nomeação dos magistrados.

RA - O concurso acontecerá este ano ainda ou só em 2011?
JF - Eu estou lutando para ele acontecer ainda este ano, porque a publicação do edital, possivelmente, eu farei neste mês de setembro.

RA - Em relação aos novos magistrados que devem ingressar no Judiciário pernambucano, qual a sua expectativa? O que se sente é que, hoje, há profissionais que buscam ser juízes por vocação e outros pelos atrativos financeiros. Que cenário o senhor imagina para essas pessoas que querem entrar, e entram, na carreira?
JF - Essa é uma resposta que é difícil de dizer. Nós temos, hoje, um formato de concurso com uma prova dessas em que exige quase que exclusivamente a capacitação. A situação dessa pergunta que você está me fazendo na prática ocorre. Pessoas que veem a magistratura muito mais pelo atrativo financeiro, e não pela vocação. Isso se demonstra nos anos de início da magistratura, vai-se tendo essas observações. Hoje, eu estou esperando que o exame psicotécnico seja capaz de detectar pessoas que, embora tenham grande capacidade intelectual, não tenham capacidade emocional para exercer a magistratura. Essa é uma preocupação, particularmente, minha.

RA - Em relação aos horários de trabalhos dos juízes, existe alguma fiscalização, ou vai existir alguma fiscalização mais efetiva?
JF - Há atualmente uma grande dificuldade exatamente dessa fiscalização, sobretudo quando o Conselho Nacional de Justiça diz, hoje, que o magistrado tem um expediente mais livre, que ele possa fazer o expediente dele. Mas a Lei Orgânica da Magistratura exige que o magistrado rigorosamente compareça ao expediente. E nós estamos desenvolvendo um trabalho junto à Corregedoria de Justiça para ver se conseguimos melhorar esse quadro de ausência de magistrados.

RA - Há, atualmente, uma avaliação de desempenho dos desembargadores, dos juízes, onda há uma preocupação com a quantidade de processos julgados. Como o senhor vê essa preocupação do Judiciário com as estatísticas versus a análise qualitativa desse material?
JF - Nós temos que desenvolver a nossa gestão de modo a desburocratizar, minimizar tudo isso que cause entraves à realização da justiça. Quando você tem uma análise quantitativa muito elevada, tem alguma probabilidade de haver, do ponto de vista qualitativo, alguma diminuição. O que a gente pede, hoje, aos magistrados é que eles evitem fazer doutrina na sentença, que eles reservem esses trabalhos doutrinários para publicação de um livro e redijam a sentença somente para dirimir aquele conflito que foi levado a julgamento.

RA - Mas eles têm uma avaliação de desempenho pela quantidade. Alguns advogados reclamam, já que a preocupação dos juízes tem sido em relação à quantidade.
JF - Eu teria preocupação com essa baixa qualidade se houvesse um número elevado de reformas das decisões e sentenças. Como esses recursos que são levados aos tribunais demonstram, na maioria das vezes, que em uma quantidade significativa essas sentenças são mantidas, então eu acho que não há por que ter questionamento quanto a esse aspecto qualitativo.

RA - A população tem assistido a um movimento de punição de juízes que cometem irregularidades. Isso era pouco visto. Em Pernambuco, o TJ também tem apurado fatos e está punindo situações verificadas como relevantes e faltosas. Esse movimento se deve a quê?
JF - Eu acho que houve uma mudança substancial em toda a estrutura do Poder Judiciário no Brasil, nos últimos 10 anos. Pernambuco não ficou ao largo disso. É verdade que alguns anos atrás era muito difícil punir um magistrado, mas o que eu posso dizer nos dias hoje é que essa cultura mudou completamente. Nós temos o exemplo em Pernambuco de magistrados que foram afastados e já estão exonerados. Que a Corte do Tribunal de Justiça, após assegurar toda a ampla defesa, todo o contraditório, afastou alguns magistrados que não tinham conduta digna com exercício da magistratura.

RA - Há um caso de 2009 em que um juiz de uma comarca do interior deu uma ordem de prisão para advogados, chamou a polícia, houve uma discussão por conta dos autos. E a OAB entendeu que o advogado foi preso indevidamente. Essa conversa teria sido gravada e o juiz foi processado criminalmente pelo advogado. O juiz transacionou na esfera penal, o que pode ser interpretado como uma admissão tácita de culpa. Mas o TJ arquivou o processo. O senhor tem conhecimento desse episódio?
JF - Nesse episódio eu era Corregedor de Justiça e instaurei portaria assegurando para o juiz o prazo para defesa, mas não cheguei a decidir pelo arquivamento. Terminou meu mandato na Corregedoria e eu acabei vindo para o Tribunal, assumindo a Presidência, mas eu tenho conhecimento desse episódio. De qualquer sorte, é importante registrar que, de acordo com a sistemática da Lei 9.099/95, a transação penal não importa admissão ou reconhecimento de culpa.

RA - No geral, como o senhor vê essa relação dos advogados com os magistrados? Como senhor avaliar isso hoje?
JF - Hoje, como sempre, desde que exerço a judicatura - eu estou na magistratura há 30 anos -, nunca tive qualquer problema com qualquer promotor ou com qualquer magistrado. Eu tenho um excelente relacionamento com magistrados e promotores. Eu acho que, no contexto geral, há um bom relacionamento dos juízes e advogados.

RA - Ainda falando das questões dos processos, há algum plano de ampliação no número de desembargadores aqui no Tribunal?
JF - O concurso visa aumentar o número de magistrados. Agora eu, nesse momento, não vejo necessidade do aumento no Tribunal. O que nós precisamos no Tribunal possivelmente é procurar, cada um onde é possível, quebrar paradigmas antigos de modo a tornar os julgamentos mais céleres. O que precisamos, hoje, é diminuir muito a discussão e se chegar a um resultado final mais rápido. Isso seria um caminho em que poderíamos chegar a um Tribunal com a mesma composição que nós temos hoje com resultados maiores em termos quantitativos.

RA - Está sendo feito algum trabalho para esse aumento de varas? Algum estudo está sendo feito, esse prédio que será construído vai contribuir para isso?
JF - A organização judiciária criou várias varas. Elas não foram ainda instaladas, porque ainda falta o elemento principal que é o juiz. Somente após esse concurso é que eu poderei fazer a instalação de várias varas, inclusive no interior do Estado.

RA - Ainda falando sobre a relação dos juízes e advogados, muitos advogados reclamam de uma certa pressão junto aos tribunais no Brasil inteiro e até falam da atuação de lobistas junto ao Judiciário. Como vê essa questão?
JF - Isso é uma questão antiga, não é nova. Efetivamente existe. No entanto, há situações em que se interpreta que o advogado que comparece para pedir a agilização do seu processo estaria exercendo esse trabalho. Agora, eu posso dar esse testemunho, eu nunca tive qualquer influência para decidir em função dessa procura, dessa insistência, de pedidos de advogados. E, eu digo, é natural, o advogado deve trabalhar assim mesmo, procurando que o caso seja julgado com a maior brevidade possível. Isso faz parte do trabalho do advogado, de modo que esse comportamento eu não vejo como um lobby no sentido de influenciar na decisão. Eu vejo isso por uma ótica de agilizar o julgamento, é assim que vejo.

RA - Quais são suas metas, a partir de agora?
JF - Eu tenho um exemplo muito grande da Corregedoria. Quando fui da Corregedoria eu elegi 70 metas para cumprir. Com seis meses de mandato eu reduzi para 50. Com mais cinco meses eu reduzi essas metas todas para 20. E terminei meu mandato muito agradecido, com o cumprimento de quatro. Porque vi que não era fácil fazer tudo aquilo, com o excesso de burocracia para tudo. Passei na Corregedoria dois anos e nunca consegui inaugurar um galpão para fazer um estacionamento para os magistrados que trabalham aqui no centro da cidade. Porque tudo que se vai fazer é um excesso de burocracia. Por exemplo, a construção das torres que serão a nova sede do Tribunal, estamos desde fevereiro lutando para aprovar o projeto de lei que libera a nossa licença de construção. Então muita coisa a gente elege e esbarra nesse tipo de dificuldade. De modo que, agora na Presidência, eu cheguei mais cauteloso. Cauteloso no sentido de diminuir o número desses projetos, mas executar aqueles que eu eleger e me segurar naqueles em que serei vitorioso. Então desses projetos que eu elenquei, estou preferindo centrar forças em três ou quatro programas, a fazer um projeto mais amplo e não ter como executar. Nós estamos com 42 fóruns para construir e para construir um fórum é a luta que passa pela compra do terreno até a conclusão do processo licitatório. É uma etapa muito árdua.

RA - Pode elencar que programas objetivamente são esses que o senhor elegeu?
JF - O programa do processo eletrônico; a construção de alguns fóruns em algumas cidades que estão em situação precária é também uma meta que eu não abrirei mão. A desburocratização do Tribunal no sentido de se mitigar, de se minimizar, de se tornar mais simples vários procedimentos administrativos que nós temos, nós estamos buscando a simplificação desses procedimentos. A publicação de um acórdão que antes levava seis meses, nós conseguimos que ele seja publicado até um dia após a audiência. Então, são esses avanços pequenos que se pode observar em um procedimento aqui, outro ali, que no conjunto vão representar uma grande melhora. Livros de acórdãos que eram feitos, nós suprimimos esses livros. Foi uma decisão que nós tomamos para que o acórdão fosse feito de forma eletrônica, ou seja, ele é feito de uma forma mais rápida, mais segura, sem essa demanda de muito trabalho humano.

RA - Então o senhor tem muito trabalho pela frente.
JF - Eu chego ao Tribunal às 9 horas e nunca saio antes das 21h, passo o dia ocupado com essas mil coisas. A cada momento é uma matéria diferente. Agora estou dando essa entrevista, daqui a 20 minutos vou tratar do orçamento do Tribunal, daqui a uma hora vou tratar do Fórum de Cortês, à tarde vou tratar do julgamento da Corte e é assim... O dia todo ocupado com as coisas mais variadas.

RA - Esse exemplo que o senhor citou do Fórum de Cortês diz respeito aos fóruns que foram devastados com as chuvas, com as enxurradas. Como está sendo essa recuperação?
JF - Eu diria que o Governo do Estado me surpreendeu, porque depois do episódio, eu consegui as verbas dentro de 48 horas. Dentro de 30 anos de judicatura eu nunca vi isso. E não obstante já tenha decorrido 60 dias eu não consegui ainda dar início à construção - e já com o dinheiro -, pelo excesso de burocracia que nós temos.

RA - O senhor está tentando agilizar isso...
JF - É o excesso de burocracia que estou lhe dizendo. Numa licitação, qualquer coisa é um impasse e tem que se fazer de novo. É uma dificuldade extrema. Só quem está dentro da administração sabe como é difícil se executar uma obra dessa.