sábado, 12 de março de 2011

EMPREGABILIDADE, EMPREGO E QUALIFICAÇÃO


Walber Santos Baptista, M.Sc.1
bwalber@yahoo.com.br

Serra Talhada-PE – mar. 2011.


O ser humano é movido pelas emoções e necessidades e busca satisfazê-las sempre; não são poucas, porém são claras, existentes em tod as as pessoas. São dirigidas ao ser humano, para que estes alcancem outros níveis de necessidades, que ainda não foram despertadas. Entretanto, como podemos conseguir isso? Como conquistar esses novos degraus tão árduos quando da sua escalada?

Uma das formas de se conseguir isso é através do empreendedorismo. Por meio deste, pode-se conseguir dois elementos cruciais em negócio: a) uma empresa, que pode ser a que você criará, abrirá ou inaugurará (o que pode rá ser melhor tratado em outro artigo); e b) um bom emprego, numa determinada empresa que acreditará em seu potencial. Mas, como garantir então, esse bom emprego?

A População Economicamente Ativa (PEA), que “Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo” (IBGE, 2011) isto é, “a população ocupada2 e a população desocupada3 (IBGE, 2011). Normalmente, todas as pessoas estão p osicionadas na PEA, descontando, evidentemente os inativos, aqueles que já contribuíram de algum modo (e não se ocupam mais, como alguns aposentados que pre ferem usufruir como viajantes turistas e consumidores do lazer e do ócio) – ou estão incapacitados, física e/ou mentalmente, para uma ocupação laboral. Todavia, consideram-se como desocupados, aqueles que são economicamente ativos, mas, não possuem no momento uma ocupação, seja por desemprego estrutural (em função da economia do país), tecnológico (pela substituição do homem pela máquina), conjuntural (pelos períodos de depressão econômica de âmbito geral), friccional (aquela em que as firmas/empresas demandam mão-de-obra e desconhecem sua existência e os trabalhadores que não ofertam sua f orça de trabalho, por desconhecer a demanda) e temporário (pelos períodos de sazonalida de regional) – é o que Karl Marx chamou de ‘Exército de Reserva Industrial’. É bomabers que tanto a PEA ocupada quanto a desocupada, buscam um bom emprego.

Talvez não seja a garantia de um bom emprego que ex erça tanta pressão para o firme contrato com uma empresa. Todavia, é o quanto você está preparado para ela que garantirá seu emprego. Veja por quê: a demanda de trabalho nã o está no foco direto das vagas, mas, sobretudo, para quem melhor preenche as vagas. São milhares de empresas que demandam vagas de emprego, que não conseguem preenchê-las; e , outro motivo, está na excessiva oferta de mão-de-obra desqualificada disponível. Ve ja-se também que, há uns quatro tipos de trabalhadores que buscam um bom emprego: o qualificado, o semi-qualificado, o em qualificação e o desqualificado. A empregabilidade está para todos os tipos!
Então, o que vem a ser empregabilidade? Vem a ser é a capacidade que a pessoa tem de conseguir ser, estar e se manter empregada. Fica mais fácil entender que, para aqueles qualificados, a empregabilidade é altíssima, pois toda empresa/firma/negócio deseja ter em seus quadros, pessoas altamente qualificadas. Aqui, podem-se incluir os profissionais graduados, os pós-graduados, os tecnólogos e os técnicos de alto nível de especialização, que estão atualizados e dispostos a aprenderem mais .

Os que são semi-qualificados se limitarão às compet ências individuais – aquelas que eles devem ter, no mínimo, para que possam estar ocupados; aquilo que sabem fazer muito bem (por um lado, têm-se os de ensino médio (imagin e alguém que não sabe fazer as operações básicas da matemática?); por outro lado, têm-se os pedreiros, pintores de ambiente, encanadores, eletricistas, etc., que podem manter sua ocupação sob demanda constante (principalmente, no caso destes últimos, quando o mercado habitacional está em franca expansão).
Para aqueles que estão em qualificação são um caso a parte, pois, como estão buscando sua melhoria contínua, as chances são enor mes, tanto para se manterem empregados, como para buscarem novas oportunidades que possam vir a se descortinar com os novos conhecimentos. Os que estão em qualificaçã o, podem estar sendo capacitados pela própria organização em que trabalha – no afã de aproveitarem o seu potencial internamente; como também por si mesmos, com o objetivo de se tornarem mais competitivos (ao fazerem cursos de extensão vinculados ao seu interesse prem ente).
Quanto aos desqualificados, entendendo estes como sendo aquelas pessoas que têm baixo nível de instrução e qualificação, normalmente há três situações decorrentes: a) para se manterem empregados, aceitam os cargos ou funções que não exigem qualificação específica ou uso da força braçal – o que minimizaas chances de desemprego, mas, provoca um emprego de menor aspiração; b) outros buscam seu aprimoramento elevando seu nível de escolaridade através das políticas educacionais do Estado, tipo Supletivo, Travessia, etc.; e c) alguns tendem a se marginalizar pela alta deficiência estrutural (o que pode desencadear ações futuras de miséria e de criminalidade).

Então, pode-se concluir que a empregabilidade é uma condição ligada à qualificação das pessoas, como também, a busca empresarial por tal qualificação específica. Quanto maior a qualificação, maior a empregabilidade; quanto mais competitivo alguém fica, maior a empregabilidade. Assim, para que alguém tenha maiores chances de um bom emprego, a fórmula é empreender em uma melhor qualificação pessoal.

Algumas referências para reflexão:

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 11. ed., São Paulo: Cortez; Camp inas-SP: UNICAMP, 2006.

BARDUCHI Ana Lúcia Jankovic et al.(org.). Empregabilidade: competências pessoais e profissionais. São Paulo: Pearson Education, 2010.
HASHIMOTO, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações : aumentando a competitividade através do intra-empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2006.
IBGE. Pesquisa mensal de emprego. Brasília, 2011. Disponível em: , Acesso em03 fev, 2011.

LEITE, Emanuel F. O fenômeno do empreendedorismo : criando riquezas. 3. ed., Recife: Bagaço, 2002.
MAY, Rollo. A coragem de criar. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
______. O homem a procura de si mesmo. Petrópolis-RJ: Vozes, 1982.
MENDONÇA, Luis Carvalheira de et. al. (Org.). Como me tornei empresário: a aventura empreendedora de 17 vencedores. Recife: Bagaço, 2001.

MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade: como ter trabalho e remuneração sempre. São Paulo: Editora Gente, 2004.
PINCHOT, Gilford. Intrapreneuring: Why you don’t have to leave the corporation to become an entrepreneur. New York: Harper & Row, 1985.
SALGADO, Leo. Manual da empregabilidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. WHITELEY, Richard C. Ame seu trabalho: como encontrar o emprego dos seus sonhos sem precisar pedir demissão. São Paulo: Futura, 2002.



1 Bel. em Administração e em Economia. Prof. da UAST/UFRPE. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2774979456015178.
2 “População ocupada - aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam
ou tinham trabalho, mas, não trabalharam (por exemp lo, pessoas em férias)” (sic) (IBGE, 2011).
3 “População Desocupada - aquelas pessoas que não tinham trabalho, num det erminado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e qu e, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.)” (sic) (IBGE, 2011).

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