Helder Aragão, o DJ Dolores, é o curador da segunda edição da Semana Chico Science, que começa hoje e segue até a próxima sexta-feira, no Memorial que homenageia o mangueboy morto em 1997, localizado no Pátio de São Pedro (casa 21). A programação, que tem como tema Do africanismo ao mangue, terá documentários, seminários, oficinas e intervenções artísticas e ainda um show da Orquestra Santa Massa, mas só no dia 1º de abril, no próprio Pátio de São Pedro, às 20h. As atividades são gratuitas.
´O tema é muito pertinente, porque toda essa cultura africana influenciou muito Chico. O seu jeito, as danças, as cores. De modo direto ou indireto, através do reggae, do hip hop. E esse é um jeito muito bacana de celebrar`, comenta o DJ Dolores.
A programação de filmes, que serão exibidos no Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife), privilegiou a música. Hoje, o filme é Kuduro - Fogo no Museke, de Jorge Antônio, sobre esse gênero musical angolano. Amanhã é a vez deDub echoes, de Bruno Natal, sobre o dub jamaicano e sua influência no hip hop e na música eletrônica; e na quarta-feira, um filme sobre o nigeriano considerado pai do afro beat: Fela Kuti - Music is my weapon, de Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori.
´Queria levar o cara que gosta de música a refletir. Para o que há além da música, um comportamento que está ali`, complementa Dolores ao comentar a programação de palestras, que começa amanhã, com o documentarista Bruno Natal, que fez Dub echoes. Ele é mestre em documentário formado pela Goldsmiths, University of London e jornalista e já dirigiu e produziu filmes sobre nomes como Chico Buarque e Maria Bethânia. Outra palestra da semana contará com o antropólogo e museólogo Raul Lody e com o professor Anco Márcio Tenório Vieira, doutor em Literatura Brasileira e terá como tema A invenção da África.
´Queríamos a discussão pelo lado da antropologia, mas não uma coisa chata. Todos os nossos palestrantes são especialistas nas suas áreas, mas tem uma capacidade de se comunicar muito bem. O debate sobre A invenção da África é muito importante. Porque dizemos muito que minha cultura, religião, comida, veio da África. E grande parte dessa África é inventada`, diz o curador.
A programação terá ainda duas oficinas: Tambor dispositivo, com o artista-pesquisador Ricardo Brazileiro, que será de 21 a 25 de março; e a oficina de Eletrônica musical, com o grupo Altovolts, de 28 a 1º de abril; e um mutirão de grafite no Nascedouro, com coordenação de Galo, que ainda terá data definida.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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