quinta-feira, 28 de abril de 2011

Relatório do Sintepe aponta problemas em escolas da rede estadual

Na audiência pública desta terça-feira (26), realizada no auditório da OAB-PE, bairro de Santo Antônio, o Sintepe apresentou o resultado de um levantamento feito no mês de março sobre a situação das escolas da rede estadual de Pernambuco.

Participaram do encontro, o presidente e a vice do sindicato, Heleno Araújo e Antonieta Trindade, que representaram também CNTE, da qual são diretores, o deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE), e a assessora do gabinete da deputada estadual Teresa Leitão, Ivete Caetano.

O relatório foi baseado nas visitas feitas por diretores e representantes setoriais do sindicato em 163 das 1.107 unidades (14,7% da rede), localizadas na Região Metropolitana do Recife e nos municípios de Palmares (Mata Sul), Gravatá (Agreste) e Cabrobó (Sertão).

Foram identificados problemas de infraestrutura, como instalações elétricas precárias, salas de aula inadequadas, quadras poliesportivas abandonadas, falta de bancas e material didático, em 157 escolas (96,3%). As chuvas também agravaram a situação de sete unidades (4,29%), onde os imóveis erguidos abaixo do nível da rua estão vulneráveis a alagamentos, exemplo da Escola Pedro Barros Filho, em Piedade, além de prédios com infiltrações e sem manutenção no sistema de esgoto e saneamento, notado na Escola Nossa Senhora das Dores, no bairro de Areeiro, em Camaragibe.

No período de visitas ficou constatado que faltam professores de todas as disciplinas em 35 escolas, o que corresponde ao percentual de 21,47%. Casos graves de violência foram denunciados por trabalhadores de nove unidades (5,5%), enquanto o sentimento de insegurança foi observado em 28 escolas, totalizando 17,1%.
Entre as situações mais críticas estão agressões, alunos armados e ocorrências recentes de funcionários mantidos reféns e tiroteio, que aconteceram na Escola Estadual Poeta Mauro Mota, no bairro de Socorro, em Jaboatão dos Guararapes.

“Em apenas cerca de 15% das escolas pesquisadas encontramos sérios problemas que vão de encontro ao que é colocado na publicidade do governo”, alertou o presidente do Sintepe, Heleno Araújo.

A apresentação do relatório foi a maneira escolhida pelo Sintepe para chamar a atenção das autoridades e sociedade civil nesta que é comemorada a 12ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública.

Até o próximo dia 29, o sindicato junto à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) promoverá debates com a categoria e a comunidade escolar sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), para o decênio de 2011-2020.

Durante a audiência a entidade ainda destacou quatro pontos do PNE que foram reforçados na pauta de reivindicações entregue ao governo no último dia 8: a garantia do direito à educação, levando em conta os dados do IBGE que apontam que 209 mil crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola em Pernambuco; permanência em sala de aula, já que 112 mil estudantes abandonaram o ensino fundamental e médio da rede pública em 2009, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE); melhoria do processo de ensino-aprendizagem devido a média de 3,1 obtida na última avaliação que valia de 0 a 10 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); e a valorização profissional, que de acordo com o ranking do Ministério da Educação (MEC), os R$1.045 pagos aos professores da rede estadual que cumprem 40 horas de jornada de trabalho são o pior salário do país.

“Esse diagnóstico vai fortalecer o nosso argumento para as negociações da campanha salarial educacional de 2011, cuja pauta possui 73 itens econômicos e pedagógicos”, destacou Heleno Araújo.

PISO SALARIAL – De 9 a 13 de maio serão realizadas mobilizações em todo país em defesa do pagamento integral do Piso Salarial do Magistério. Nesta semana haverá uma paralisação nacional da categoria no dia 11, acompanhada de um ato público em Brasília.

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