O deputado de Triunfo: Diocleciano Pereira Lima

Diocleciano Pereira Lima nasceu em Triunfo no dia 07/02/1903. Filho de Manoel Pereira Lima, ex-prefeito da cidade, com Maria Gomes de Lima. Formou-se em Medicina na Universidade de Medicina do Rio de Janeiro, concluinte de 1932. Teve vida bastante ativa na região, envolvendo-se até na Guerra de Princesa ao lado do Cel. José Pereira Lima. Foi deputado estadual em 3 legislaturas chegando a assumir a presidência da Assembléia Legislativa. Como era Presidente da Assembléia, após a morte de Agamenon Magalhães assumiu o cargo de Vice-Governador. Foi ainda autor de três livros além de escrever regularmente para diversos jornais.

Alguns recortes que marcaram sua atuação parlamentar.

Sexta-feira, 6 de junho de 1952. (diário de pernambuco)
Canoa furada - Do deputado Diocleciano Pereira Lima sobre o anunciado "Bloco do Nordeste", que estaria sendo articulado pelos governadores José Américo, Arnon de Melo e Agamenon Magalhães. "Não vai dar certo", disse. "José Américo tem experiência política para n]]ao embarcar em canoa furada; Arnon de Melo tem suficiente tino e argúcia,para não ir também nessa embarcação". E Agamenon Magalhães? indagamos. Resposta: "Agamenon tem todas estas qualidades, mas embarca. Embarca na canoa para atrapalhar... para tirar partido, se possível".

Arquivo da ALEPE (Biografia de Nilo Coelho)
Nilo Coelho defendeu, com ênfase, a construção das rodovias que ligariam Afogados da Ingazeira a Flores e ao Sítio do Nunes, proposta pelo deputado Diocleciano Pereira Lima, e, com este, apoiou, juntamente com os colegas Methodio Godoy, Luiz de Magalhães Melo e José Gomes de Sá, requerimento do deputado Severino Alves, propondo o restabelecimento da verba de CR$ 500.000,00,[23] assegurada pelo Ministério da Educação, para a construção da Escola Normal Rural de Salgueiro[24]. Os signatários do documento atendiam apelo das comunidades de Serra Talhada, Parnamirim, Jatinã, Caripós, Ouricuri, Bodocó, Exu, Manissobal e Salgueiro.

Arquivo da ALEPE (Biografia de Nilo Coelho)
Afastado, fazia mais de um ano, da prática da Medicina, Nilo Coelho acompanhava, com interesse, a situação dos hospitais na capital e no interior, bem como a dura vida que levavam os jovens médicos e os dirigentes de postos de saúde. Por isso, deu suporte ao pleito de seus companheiros de promover a autonomia técnica e executiva do Departamento Nacional da Criança, para que este serviço de combate à mortalidade infantil em Pernambuco ficasse habilitado a receber uma verba de CR$ 1.000.000,00[27]. Ao lado de outros parlamentares, também médicos, subscreveu requerimento de Diocleciano Pereira Lima, que propunha equiparar os vencimentos dos profissionais chefes de Distritos Sanitários do Interior aos dos seus colegas do Recife. Eram discrepantes estas remunerações, explicava o documento, uma vez que os chefes interioranos tinham responsabilidades bem maiores do que os da capital, assumindo a supervisão dos serviços do médico-auxiliar e demais funcionários, além de se encarregarem do Dispensário, que cuidavam de exames laboratoriais e do tratamento de doenças, como a sífilis e moléstias venéreas, lepra, tuberculose etc[28].

Sexta-Feira, 21 de Março de 1952. (diário de pernambuco)
Baleado o juiz - A sessão de ontem da Assembléia Legislativa foi tomada pelos debates em torno do acontecimento da véspera na rua do Imperador, entre o deputado Cordeiro Filho e o juiz de Direito Alfredo Pessoa de Lima. O deputado Paulo Cavalcanti, culpou a Polícia pelo acontecimento, e o dep. Luiz de França verberou a agressão sofrida pelo magistrado, classificando-a de "insólita". O sr. Diocleciano Pereira Lima afirmou: "Cumpre-nos que, como deputados, não nos comportemos de modo que o povo imagine, certa ou erradamente, que existe em cada representante aqui presente um delinquente em estado potencial de loucura, pronto a abater, friamente, ao menor pretexto, qualquer dos seus desafetos".

História do município de Cortês
Carlos de Barros Cavalcanti, chefe politico de Cortes e os vereadores Jose Valenca Borba e Jose Roberto de Melo, que ocupavam, respectivamente, a Presidencia e Vice-Presidencia do Deliberativo de Amaraji, entraram em contato com as autoridades estaduais a fim de ser iniciada a campanha pela emancipacao politico-administrativa do distrito. O projeto de criacao do Municipio foi apresentado pelo deputado Diocleciano Pereira Lima. No dia 29 de dezembro de 1953, o Governador Etelvino Lins de Albuquerque , assinando a Lei 1.818, criava o Municipio de Cortes desmembrado de Amaraji e dava foros de cidade a vila do mesmo nome.

Com o tempo Triunfo foi perdendo seu prestígio, mas algum dia, tenho fé, outros como Diocleciano virão.