Qual o valor de sua palavra?

Não sei vocês, mas eu sou daqueles que faz de tudo pra não se comprometer com algo que você sabe que é passível de naquele exato dia e hora não poder realizar. Sempre acontece comigo (quem mais pode dizer isso é a namorada hehehehe), então os debates, discussões nos comentários e todo um pessoal no twitter (foi uma coisa tão harmônica e sincronizada que eu pensei até que era complô) enfim, tudo girou nessa semana em prol da fomigerada "PALAVRA".

Antigamente bastava um cuspe e um aperto de mão que tudo estava acordado, tinham ali um contrato praticamente firmado entre as partes e Deus, quebrar aquilo era a mesma coisa que matar com um alicate de unha cego a própria mãe.

Assim, o médico fez juramento, o prefeito fez juramento, o advogado fez juramento, o réu fez juramento, Serra jurou que ficou tonto da bolada, Dilma jurou que riu antes da campanha... todo mundo jura! Mas para alguns é mais fácil lá na frente jurar que não jurou do que se submeter aquilo que ele tinha jurado.

Acompanhe comigo essa linha de pensamento: O que adianta eu colocar a mão em uma bíblia ou coisa do tipo se aquilo que estou fazendo é meramente um protocolo da cerimônia?

Não adianta, tudo tem de estar no papel. Mas... papel?! E isso ainda vale? A resposta é não. Não adianta buscar formas de prender determinada pessoa por algo que ela já disse, é um ato falho, sábia foi a igreja que desde a antiguidade mandava o povo responder Sim ou Não na frente de todos os familiares, amigos e amantes e além do mais assinar o contrato conjugal (e olhe que o padre lia as coisas ruins e boas antes que os noivos respondessem) e mesmo assim ainda havia a traição. 

Me preocupo muito com isso, confiança hoje é artigo de luxo para aqueles menos calejados com as tapas que os "espertos" já deram, é a venda de voto onde o eleitor jura que vai votar, onde os governantes juram que são fichas limpas, onde o médico jura que olha pra sua cara no atendimento, onde o advogado jura que está lutando pelo seu bem e não por seus bens... é estranho esse novo mundo, onde os programas dominicais juram que são para família mesmo passando o créu e lapada na rachada, e as festinhas de crianças juram que são infantis mas que ganha o prêmio aquela que for mais até o chão.

Não sei, acho que já estou ficando velho para tudo isso, e como não poderia ser, vou jurar que tudo que eu disse agora é de imensa importância e que a nossa palavra ainda tem um grande valor.