Por Giovanni Sá
É contraditório, mas verdadeiro. Deputados sertanejos recém-eleitos estão fugindo do debate sobre a possível instalação de uma Usina Nuclear em Itacuruba, a 126 quilômetros de Serra Talhada. Tudo isso em virtude de um anúncio feito pela Eletronuclear, afirmando que a pequena Itacuruba, com apenas 4.369 habitantes, é o local ideal para o investimento de R$ 10 bilhões. Aliás, um dos critérios para escolha é o baixo número de habitantes.
Quem ”tocou fogo” no debate foi o deputado verde Daniel Coelho (PV), que já se comprometeu em lutar pela instalação de uma audiência pública sobre o tema. “Não temos o direito de resolver a situação comprometendo gerações futuras. Caso não houvesse riscos, a unidade não seria instalada numa região de pouca densidade populacional como Itacuruba”, alertou Daniel Coelho. Nessa lógica, num virtual acidente, os danos seriam “pequenos”, numa relação de custo-benefício.
CONTRA A MARÉ - Deputado verde alerta para o perigo da construção da usina em Itacuruba
Já os deputados sertanejos Rodrigo Novaes (PTC), Raimundo Pimentel (PSB) e Isabel Cristina (PT) – o primeiro é natural de Floresta, Isabel de Petrolina e Raimundo Pimentel do Sertão do Araripe – saíram pela tangente na tentativa de “minar” o debate em torno do assunto. “Acho que o momento não é propício para o debate devido ao apelo emocional aos japoneses”, disse Novaes. Segundo ele, o acidente ocorrido no Japão é fruto de fenômenos naturais. “Tudo isto foi por causa do Tsunami. Vários países produzem energia nuclear, como os EUA”, completou.
Entretanto, o deputado sertanejo esqueceu de acrescentar que este acidente foi o primeiro da história provocado por desastre natural. Todos os outros ocorreram devido erro humano: a exemplo de Chernobyl, na União Soviética, em 1986, ou por falha técnica, como no caso da usina Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.
Se o projeto for realmente aprovado – a decisão final é da Presidente Dilma – a usina será instalada no Sítio Belém do São Francisco, a 8 quilômetros de Itacuruba. E terá seis reatores com capacidade de gerar 6.600 megawatts e uma vida útil de 60 anos. Deverá gerar cerca de 2.500 empregos durante a sua construção e 600 empregos diretos durante o funcionamento.
A prefeitura do município está de olho nos royalteis, e os deputados na chamada “interiorização do progresso”. Remando contra a maré, o deputado Daniel Coelho faz uma alerta: “E o que iremos fazer com o lixo radioativo que precisa ser bem guardado por cerca de dez mil anos?”. Os deputados Manoel Santos (PT) e Sebastião Oliveira (PR), ambos bem votados na região, não se manifestaram sobre o tema.
Fonte: Blog Farol de Notícias
1 Comentários:
Isso é um absurdo. Não concordo com a instalação dessa usina nem no meu sertão Pernambucano e muito menos no Brasil. Devemos ver o impacto ambiental a longo prazo, espero que esses representantes que colocamos no poder faça o seu papel que é de zelar pelo bem da população seja esta de 4.000.000 habitantes ou de 4.369 habitantes. O prefeito de Itacuruba deve lembrar-se que esses royalteis (se ele chegar a colocar a mão se conseguir ser prefeito ainda de lá)não vai pagar a catástrofe que é um acidente nuclear ou melhor não tem dinheiro no mundo que pague. "Porque não investem numa energia limpa, ENERGIA SOLAR,sol é o que não nos falta não é mesmo?
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